Os números continuam batendo cabeça, no Senado. Serão duas votações, a da admissibilidade e a da condenação. Para a primeira, tornam-se necessários 41 votos. Para a segunda, 54. Há quem discorde, apesar de a Constituição prever o mínimo de dois terços dos senadores para afastar em definitivo a presidente Dilma. O placar do Estadão aponta 48 votos já favoráveis à degola, bastantes para iniciar o processo mas insuficientes para ver Dilma pelas costas.
Existem 15 indecisos e mudos no total de 81 representantes da Federação, enquanto correm os prazos. Como haverá também os enganadores, aqueles que anunciam o contrário do que vão votar.
Numa palavra, apesar das tendências, não há certeza de nada. A presidente e o PT revelam desânimo, mas no fundo guardam esperança.
Acontecerá o quê, quando maio chegar? Frustração, caso a presidente permaneça no cargo, conforme a votação revelada na Câmara dos Deputados, favorável ao impeachment por ampla maioria. E agora segundo as pesquisas no Senado, mesmo sem ainda alcançar o quorum definitivo. E mais a população quase toda, sem falar na torcida do Flamengo. A conclusão é de que Madame dispõe de uma leve chance para completar seu mandato, apesar das previsões negativas.
Nesse caso, os desdobramentos: seria inaugurado um novo governo, com Dilma mudando o ministério e apelando para a união nacional? Ou multiplicaria sua arrogância, julgando-se invencível para continuar a empurrar o país no rumo do precipício?
Claro que aparece, até em diapasão maior, o reverso da medalha. Dispensada, a presidente sumiria da História, aguardando-se a experiência de Michel Temer, tido como o retorno da direita ao poder? Ou o ainda vice-presidente também surpreenderia, impondo uma administração acorde com as necessidades nacionais?
Também se coloca outra alternativa, a de o Tribunal Superior Eleitoral cassar os dois e entregar o poder ao segundo colocado nas eleições de 2014, Aécio Neves? O que dizer da intervenção do Supremo Tribunal Federal, estabelecendo imediatas novas eleições presidenciais?
Em suma, certeza de uma dessas opções ninguém garante. Aliás, só uma: golpe, ninguém dará. Ou não?
26 de abril ded 2016
Carlos Chagas
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