A Petrobrás, por ser uma estatal controlada pelo governo, antes de mais nada deveria se tornar um verdadeiro instrumento de política energética e industrial. Desgraçadamente, se transformou num valhacouto do pior tipo de política, a eleitoral mais rastaquera, que só visa manter de todas as formas o poder para um grupo de marginais que se apossaram do Estado, a bem dizer, a orgulhosa estatal se tornou um instrumento de pura roubalheira política e eleitoreira. Assim, já não sou mais a favor do controle estatal dessa empresa, mas também acho uma estupidez fazer o pior tipo de privatização, que seria um fatiamento da empresa, vendendo exatamente as partes mais lucrativas.
UMA FAXINA URGENTE
Enquanto não for possível se fazer uma privatização decente, ou pelo menos uma diminuição do controle estatal da empresa, urge acabar com os cargos de indicação política, todos os diretores precisam ter formação técnica, principalmente os membros do Conselho Deliberativo, e nunca mais admitir que um presidente de Conselho alegue que foi induzido a erro por relatórios malfeitos em decisões cruciais, como a compra de refinarias no exterior, a exemplo da atuação da ministra Dilma Rousseff em 2006.
Assim, em casos iguais ou semelhantes aos que temos assistido, um presidente do Conselho da Petrobras só poderia ter dois caminhos após os chamados malfeitos – ou o hospício, reconhecendo sua debilidade mental e, portanto, incapacidade total para o cargo, ou a cadeia, para jamais ascender à Presidência da República.
E O TEMER?
Não acredito que substituir Dilma Rousseff por Michel Temer seja o mesmo que trocar seis por meia dúzia. Não é nada disso. Tirar Dilmanta e os petralhas do poder é uma questão de honra. Mesmo que seja para colocar o Michel Temer, que pode ser tudo, mas é um parlamentar experiente, não se trata de nenhum boçal, tem um vasto conhecimento jurídico-político, sabe ouvir e conversar.
Não é desses líderes de palanque, arrebatador de multidões e votos, talvez por isso mesmo nunca exerceu cargo majoritário, mas sabe como ninguém fazer jogo de bastidores.
Levando-se em conta que a raiz dos problemas nacionais mais prementes é de fundo político, acho que Temer saiba pelo menos começar a tentar a desfazer esses nós.
Tenho convicção de que ele seja capaz de chamar para conversar tanto a Luciana Genro como o Jair Bolsonaro ou o próprio Levy Fidélis.
Acredito no Michel Temer.
11 de abril de 2016
Willy Sandoval
NOTA AO PÉ DO TEXTO
"Acredito no Michel Temer". Por que?? Pela habilidade de se equilibrar em cima do muro? Ou pelo oportunismo de sempre caminhar à sombra, já que o sol da política é escaldante e perigoso?
Sim, porque muitos se fazem de invisíveis, para usufruir o momento oportuno. Não conheço, ou ignoro, qualquer discurso desabrido de Michel Temer, qualquer postura incisiva, qualquer brilho na tribuna, qualquer gesto destemido.
Sua figura sempre me lembra o homem dos cavacos, do parlatório, do pé-de-ouvido.
Quanto a ser um político carismático, passa longe. Sua arte é o silêncio obsequioso.
Contudo, do texto o que me causa espanto, é mesmo aquele momento em que o senhor Willy escreve: "mesmo que seja por Michel Temer". Aí cai tudo por terra...
Será que alguém se lembra de um personagem do Jô Soares, de nome Múcio?
Pois é...
m.americo
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