"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 22 de março de 2016

MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGHA "PRESENTES" SURRUPIADOS POR LULA



Crucifixo foi restaurado pela UFRJ em trabalho que durou três meses

















Um procurador do Ministério Público do Distrito Federal pediu ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, a relação dos bens encontrados com o ex-presidente Lula para investigar se ele tomou posse indevidamente de alguns dos itens, indicando suspeitar de irregularidades relacionadas aos bens levados na mudança para São Paulo em 2011, quando deixou o governo. 

O ofício foi enviado no último dia 14 a Moro, mas divulgado hoje no sistema processual da Justiça Federal do Paraná. Como Lula virou ministro, porém, a investigação caberá à PGR (Procuradoria Geral da República), por causa do foro privilegiado.
No ofício, o procurador Wellington Divino Marques de Oliveira, informa que há um inquérito “com a finalidade de apurar a possível ocorrência de apropriação indevida de bens públicos pelos ex-presidentes da República no período de 1990 até 2010”, aberta em 2015 a partir de uma denúncia.
Pela documentação enviada a Moro, o procurador relata que pediu informações à Presidência e à Universidade Federal de Minas Gerais sobre o “crucifixo barroco” ofertado a Lula, quando o petista era presidente, por José Alberto de Camargo, que foi diretor de uma empresa mineradora.
QUEM PAGOU?
Oliveira questionou à Presidência e à UFMG quais foram os serviços feitos na restauração do objeto, bem como os valores gastos e quem foi o responsável pelos pagamentos efetuados.
Segundo ele, esses “bens públicos” seriam presentes recebidos nos casos de visitas e viagens oficiais representando o Estado brasileiro nas chamadas “trocas protocolares.
Na fundamentação, ele informa que a legislação indica que “documentos bibliográficos e museológicos” recebidos em cerimônias de trocas de presentes não são de propriedade privada dos ex-presidentes.
O procurador informa a Moro que os fatos investigados podem ter relação com os bens identificados em posse de Lula nas buscas da Polícia Federal.
Por isso o procurador solicita “a relação dos bens catalogados pela Polícia Federal que possam ter origem relacionada às missões oficiais do governo brasileiro (decorrentes das trocas protocolares de presentes) e que podem estar, indevidamente, em posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.
Além disso, ele informa que já pediu à Presidência a agenda oficial de todas as viagens dos ex-presidentes de 1990 até 2010 (Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Lula).
POLÊMICA
O caso do crucifixo já foi alvo de polêmica. À época, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou nota dando explicações sobre o caso. 
Afirmou que o crucifixo, de origem portuguesa, pertencia ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seria presente de um artista recebido no início de seu mandato.
No Twitter, Helena Chagas, ministra da secretaria à época, acrescentou que a peça foi despachada na mudança que levou de Brasília para São Paulo objetos pessoais de Lula.

22 de março de 2016
Aguirre Talento, Gabriel Mascarenhas e Leandro Colon
Folha

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