"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

"QUE SE MATEM" - DISSE BOECHAT NA BAND SOBRE OS DEPUTADOS BRIGÕES



Desta vez, Boechat não conseguiu conter a revolta











Este blog da Tribuna da Internet publica notícias, artigos e comentários sobre os mais diversos temas. Neste momento da história do país, predominam o impeachment, os desdobramentos da Operação Lava Jato e de outras operações que combatem os tenebrosos crimes contra o Estado brasileiro. E como acontece com qualquer outro jornal, impresso ou não, a Tribuna da Internet está em cima da notícia, vinte e quatro horas no ar, de forma dinâmica e atualizada a cada instante.
O Brasil parou e todos os brasileiros de bem querem que o país se desenvolva, que os corruptos sejam postos na cadeia, que reponham aos cofres públicos o que roubaram e que o Brasil saia desta indecente, obscena, desmoralizante e torpe situação em que se encontra. Se constata que na administração pública nas esferas federal, estadual e municipal, tudo é imoral. Ou amoral. Poucos ou ninguém se salva.
Tudo isso que acontece de péssimo desperta e instala em todos nós uma santa ira, uma revolta que, sem perceber, afeta nosso equilíbrio emocional. E o nosso cotidiano passa a ir de mal a pior. E certamente nos faz adoecer. Uma doença psíquica e somática, silenciosa e destruidora. E ter controle numa hora dessa é difícil. Até mesmo a ação dos medicamentos perde para a destruidora força do mal, das sempre e habituais más notícias que lemos, que entram em nossas casas pelo rádio, pela televisão, jornais e todos os meios de comunicação. Tudo é violento. Tudo é violência, generalizada. E violenta nossa paciência. Causa insônia. E assim cada um de nós vai se embrutecendo e morrendo aos poucos. Sem perceber. Sem querer.
REAÇÃO DESMEDIDA
Mas nem esse turbilhão de desgraças pode justificar em nós, anônimos e desconhecidos, uma reação contrária que também seja ou represente desgraça e insuflamento. Mais ainda da parte daqueles que são formadores da opinião pública. Daqueles que todos os dias participam do nosso convívio diário e que são muitos. E com muito mais força os protagonistas dos telejornais, apresentadores e comentaristas que nos falam e se projetam ao vivo, dentro de nossas casas, de nossas salas…
Deles se espera toda moderação, todo profissionalismo, toda isenção. Comedimento no que diz fora do texto escrito deve ser o tom. E nunca o acirramento dos ânimos, o mau exemplo, o mau conselho… Se eles sentem ira, mágoa, vontade de xingar, de surrar, de agredir também, guardem-nas para si.
BOECHAT EXTRAPOLOU
No Jornal da Band de ontem, o apresentador, jornalista Ricardo Boechat, em curto comentário que fez fora do texto que lê no teleprompter, cometeu um grave pecado. Após a exibição das cenas em que deputados se atracavam fisicamente na Comissão de Ética da Câmara, Boechat se posicionou contra aqueles outros deputados “que sempre aparecem para apartar”. Para Boechat, os que brigavam deveriam continuar brigando, sem a interferência de ninguém. E o apresentador terminou sua infeliz intervenção dizendo textualmente: “que eles se matem”.
Isso, Boechat, é violência sobre violência. Isso não fica bem em um apresentador conhecido e admirado como você. Sim, sei que foi a santa ira, a revolta, o inconformismo com tudo…Sei disso. Mas você não poderia dizer o que disse. Você é um jornalista de respeito. Tem milhões de ouvintes e seguidores de seus noticiários, opiniões e programas, na Rádio Band-FM pela manhã e na TV Bandeirantes à noite. A emissora não é sua. Nem é de seus patrões. A emissora é uma concessão pública que a União outorga para ser explorada. Mas digamos que fosse sua, nem assim você poderia dizer o que disse.
Controle-se, prezado jornalista. Nos conhecemos há 40 anos. E sabe você da minha admiração pelo seu trabalho. Por isso, no alto de meus 70 anos de idade, me sinto autorizado a dar um puxão de orelha em você.

11 de dezembro de 2015
Jorge Béja

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