"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A GENTE SOMOS INÚTIL


Somos incompetentes de forma recorrente na gestão de um país de 200 milhões de habitantes, pobre e repleto de carências. A história recente mostra, e não importa o partido, que o Brasil não consegue fazer a coisa certa de forma ordenada e racional durante muito tempo.
A crise atual (Dilma) é muito semelhante à vivida em 1998/1999 (FHC) e em 2002/2003 (FHC+Lula). Trata-se do mesmo cenário de explosão da dívida pública, do dólar em alta e da inflação renitente. De estelionato eleitoral descarado seguido, no pós eleição, de arrocho, alta de tarifas e tentativa de subir impostos.
Pode-se argumentar que atual crise é diferente porque Dilma está enfraquecida, não tem apoio no Congresso e a Lava Jato está na rua.
Mas a Lava Jato afetaria a presidente só marginalmente se sua economia estivesse arrumada, crescendo e distribuindo renda. Não lhe faltaria, se fosse popular, apoio político para tocar o país.
Os ajustes feitos por FHC e Lula em suas crises foram relativamente rápidos. Mas tivemos, para isso, a supervisão externa do FMI, que exigiu medidas ortodoxas e rápidas para emprestar bilhões de dólares ao Brasil.
Seguimos a receita do Fundo e as coisas voltaram a funcionar. O progresso dos anos Lula comprova isso.
Agora é diferente. Não temos o FMI para nos tutelar e forçar um ajuste. Pois nossas contas externas estão relativamente em ordem e melhorando. Temos também US$ 370 bilhões em reservas.
Exclusivamente por nossa conta, estamos há quase um ano da eleição de Dilma e não conseguimos fazer sequer um ajuste mínimo.
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PS –
 Vale muito a pena rever abaixo páginas da Folha nas crises de 1998/1999 e de 2002/2003. É tudo igual: pacotes, dólar a R$ 4,00, CPMF e queda do PIB. Não aprendemos nada.


07 de outubro de 2015
Fernando Canzian
Folha

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