Há dez dias o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, negou liminar (decisão provisória) para a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, que tentava anular a votação da Câmara dos Deputados das contas dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Itamar Franco.
Assim Luís Roberto Barroso fixou que as contas do governo devem ser analisadas pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta de deputados e senadores. Segundo o ministro, a apreciação das contas não pode ocorrer separadamente, na Câmara dos Deputados ou no Senado.
Eis o que relatou Barroso:
“Decorre do sistema constitucional a conclusão de que o julgamento das contas do Presidente da República deve ser feito pelo Congresso Nacional em sessão conjunta de ambas as Casas, e não em sessões separadas. Essa compreensão, longe de invadir matéria interna corporis do Parlamento, constitui fixação do devido processo legislativo em um de seus aspectos constitucionais mais importantes – a definição do órgão competente para o julgamento das contas anuais do Presidente da República –, matéria sensível ao equilíbrio entre os Poderes e da qual o Supremo Tribunal Federal, como guardião da Constituição não pode se demitir.”
Ou seja: Dilma está, agora, nas mãos de Barroso e nas mãos de Renan.
Não bastasse isso: nesta segunda-feira vazou uma frase de Michel Temer: “"Eu acho que o meu problema foi ter sido honesto demais. Ensaiei aquela fala, porque sabia da sua importância e não queria errar. Meu objetivo era fazer um chamamento pela unidade do país…o Brasil precisava de alguém que tenha a capacidade de reunificar a todos".
Óbvio: no PT, lê-se que o PMDB deu uma pernada de anã em Dilma para que ela caísse…no colo do PMDB!
Nesta segunda-feira presidentes de diretórios estaduais do PMDB preparam uma carta aberta a Temer pedindo que ele abandone imediatamente a articulação política do governo Dilma Rousseff. Os pemedebistas também querem deixar a base do governo.
Sabem o que vai acontecer? Aquilo que o pessoal da CUT (a parcela letrada) gostava de le rem Rosa Luxemburgo, quando esta previs o suposto fim do capitalism: revolução estrutural, ou seja: colapso, entropia, o fim, o armagedon, o diabo.
Sobre Renan e Cunha, tenho em ambos aquilo a que definiu bem o poeta E. E. Cummings, “Um político é uma bunda sobre a qual todo mundo sentou, menos ser humano. (in CUMMINGS, E. E. 1x1. New York: Harcourt-Brace, Jovanovich, 1944).
Sobre Temer: é um homem honrado.
Temer é o que sobrou daquele PMDB clássico: a porosidade social, a capilaridade política.
O PMDB comandava, via Temer, o que sempre soube fazer de melhor: a relação com prefeituras. É um dote velho dos pemedebistas.
Lembrem-se que Quércia foi quem inventou as frentes municipalistas. Elas fizeram do partido o mais forte do Brasil (Luiz Fernando de Souza, o Pezão, o mais novo arauto do municipalismo, vem de uma terra carioca de ninguém, obscuro município de Piraí).
O PMDB aprendeu a resistir a ditadura e a gerenciar o poder depois que ela acabou. Irrigou a democracia dominando nos bairros, nos rincões.
Lembre-se: o PMDB saiu das eleições de 2014 como o maior partido do país em Estados administrados. Dispõe também do maior número de municípios e de parlamentares no Congresso Nacional; emplacou sete governadores, a maior quantidade entre as nove legendas que elegeram governantes no ano passado. Em 2012, lembre-se também, o PMDB fez o maior número de prefeitos (1.019 ao todo).
Essa estrutura o PT perdeu. Dilma ping pong vai de mão em mão. No colo de quem Dilma vai acordar amanhã?
25 de agosto de 2015
Claudio Tognolli
Assim Luís Roberto Barroso fixou que as contas do governo devem ser analisadas pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta de deputados e senadores. Segundo o ministro, a apreciação das contas não pode ocorrer separadamente, na Câmara dos Deputados ou no Senado.
Eis o que relatou Barroso:
“Decorre do sistema constitucional a conclusão de que o julgamento das contas do Presidente da República deve ser feito pelo Congresso Nacional em sessão conjunta de ambas as Casas, e não em sessões separadas. Essa compreensão, longe de invadir matéria interna corporis do Parlamento, constitui fixação do devido processo legislativo em um de seus aspectos constitucionais mais importantes – a definição do órgão competente para o julgamento das contas anuais do Presidente da República –, matéria sensível ao equilíbrio entre os Poderes e da qual o Supremo Tribunal Federal, como guardião da Constituição não pode se demitir.”
Ou seja: Dilma está, agora, nas mãos de Barroso e nas mãos de Renan.
Não bastasse isso: nesta segunda-feira vazou uma frase de Michel Temer: “"Eu acho que o meu problema foi ter sido honesto demais. Ensaiei aquela fala, porque sabia da sua importância e não queria errar. Meu objetivo era fazer um chamamento pela unidade do país…o Brasil precisava de alguém que tenha a capacidade de reunificar a todos".
Óbvio: no PT, lê-se que o PMDB deu uma pernada de anã em Dilma para que ela caísse…no colo do PMDB!
Nesta segunda-feira presidentes de diretórios estaduais do PMDB preparam uma carta aberta a Temer pedindo que ele abandone imediatamente a articulação política do governo Dilma Rousseff. Os pemedebistas também querem deixar a base do governo.
Sabem o que vai acontecer? Aquilo que o pessoal da CUT (a parcela letrada) gostava de le rem Rosa Luxemburgo, quando esta previs o suposto fim do capitalism: revolução estrutural, ou seja: colapso, entropia, o fim, o armagedon, o diabo.
Sobre Renan e Cunha, tenho em ambos aquilo a que definiu bem o poeta E. E. Cummings, “Um político é uma bunda sobre a qual todo mundo sentou, menos ser humano. (in CUMMINGS, E. E. 1x1. New York: Harcourt-Brace, Jovanovich, 1944).
Sobre Temer: é um homem honrado.
Temer é o que sobrou daquele PMDB clássico: a porosidade social, a capilaridade política.
O PMDB comandava, via Temer, o que sempre soube fazer de melhor: a relação com prefeituras. É um dote velho dos pemedebistas.
Lembrem-se que Quércia foi quem inventou as frentes municipalistas. Elas fizeram do partido o mais forte do Brasil (Luiz Fernando de Souza, o Pezão, o mais novo arauto do municipalismo, vem de uma terra carioca de ninguém, obscuro município de Piraí).
O PMDB aprendeu a resistir a ditadura e a gerenciar o poder depois que ela acabou. Irrigou a democracia dominando nos bairros, nos rincões.
Lembre-se: o PMDB saiu das eleições de 2014 como o maior partido do país em Estados administrados. Dispõe também do maior número de municípios e de parlamentares no Congresso Nacional; emplacou sete governadores, a maior quantidade entre as nove legendas que elegeram governantes no ano passado. Em 2012, lembre-se também, o PMDB fez o maior número de prefeitos (1.019 ao todo).
Essa estrutura o PT perdeu. Dilma ping pong vai de mão em mão. No colo de quem Dilma vai acordar amanhã?
25 de agosto de 2015
Claudio Tognolli
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