Velho de guerra na política, Michel Temer pulou fora do terreiro petralha num claro aceno à Oposição e em sintonia com as exigências da maioria esmagadora da população brasileira. |
A matéria que segue após este prólogo é do site de Veja, assinada por Marcela Mattos, enquanto a foto acima, por demais eloquente, é de Ueslei Marcelino, da agência Reuters, que se encaixa perfeitamente e complementa o texto.
Apesar de todas as jogadas de marketing que incluem a entrevista concedida pela Dilma, bem como a construção de narrativas que são disseminadas nos meios políticos, empresariais e jornalísticos, tentando fazer crer que o impeachment da Dilma poderia atiçar os bate-paus do PT determinando um clima de agitação, não encontram eco face à determinação da maioria esmagadora dos brasileiros que não quer mais saber de Lula, Dilma e do PT. Já é dado como certo, imediatamente após o impeachment e/ou a renúncia da dita “presidenta”, que surgirá outra avalanche popular peticionando a cassação do registro do PT de acordo com o que dispõe a legislação que disciplina a vida dos partidos políticos. O recebimento de ‘pixulecos’ por parte do PT já feriu de morte a legenda. O mesmo tende a ocorrer com outras agremiações partidárias contaminadas pelo petrolão.
Assim sendo, ao contrário do que alardeiam a bandalha do PT e seus cúmplices banqueiros e mega empresários, todas essas reivindicações já expostas nas manifestações gigantes como foi a do dia 16 de agosto, como se pôde constatar, não se afastam um milímetro dos mandamentos constitucionais.
Por isso, quando a turma do PT e seus coiteiros, agora constituídos declaradamente pela nata (já rançosa, é verdade) da “burguesia” nacional verberam a palavra “golpe”, não há ressonância porque está sendo aplicada a uma situação inexistente. Neste caso se tem exatamente aquilo é designado como "mentira”. Pelo contrário, golpe é a manutenção do PT no poder. Ou a Constituição autoriza um governo a fazer tábula rasa da Carta Magna?
Na sequência desta rápida análise que acabei de formular segue a matéria do site de Veja que prova com todas as letras que o impeachment está, mais do que nunca, de pé. Aliás, o impeachment é o remédio para evitar a necrose do tecido constitucional que conduz o país à anarquia, o caminho mais curto para a venezuelização do Brasil. Leiam:
O vice-presidente da República, Michel Temer, informou nesta segunda-feira à presidente Dilma Rousseff que não vai mais ser responsável por discutir com aliados a liberação de emendas e a nomeação de cargos no segundo e terceiro escalões - o que, na prática, o afasta da articulação política do governo.
Temer assumiu a função de articulador em abril como uma esperança de pacificação da rebelde base aliada no Congresso, função que os antecessores Pepe Vargas e Ideli Salvatti não conseguiram exercer. No entanto, após problemas com a equipe palaciana e a própria Dilma, o peemedebista entregou o cargo.
Em reunião com a presidente nesta segunda, Temer afirmou que deixa o "varejo" da articulação, mas segue à frente da "macropolítica", participando das reuniões semanais da coordenação política.
Oficialmente, o argumento para o afastamento do vice é a conclusão da votação das medidas de ajuste fiscal no Congresso.
Temer foi alçado ao cargo justamente com a missão de convencer os aliados a darem aval às impopulares medidas para resgatar a economia brasileira. No entanto, ao acumular a função, o vice acabou se desentendendo com a equipe de Dilma.
Um dos pontos de tensão se deu nas negociações da liberação de emendas - recurso que parlamentares recebem para injetar em suas bases eleitorais.
Temer chegou a prometer a liberação de 500 milhões de reais, mas foi desautorizado pelo Ministério da Fazenda, comandado por Joaquim Levy. A aliados, o vice reclamava da falta de autonomia no cargo que lhe fora confiado.
Outro fator que contribuiu para o desgaste de Temer foi sua recente declaração de que alguém precisaria reunificar o país diante das crises política e econômica.
A manifestação do vice-presidente foi interpretada por petistas como a senha de que ele próprio estaria se apresentando para assumir a função. A partir daí, Dilma passou a assumir pessoalmente algumas atribuições do vice.
Assessores próximos ao peemedebista relataram que ele vinha sofrendo pressão de todos os lados - desde parlamentares sedentos por emendas a peemedebistas que defendem o rompimento com o governo.
Conforme relato da equipe palaciana, Temer deixou a reunião nesta manhã com um sorriso, o que contrasta com a irritação demonstrada desde que assumiu o posto.
O desembarque de Temer, avaliado com congressistas como um bom negociador, pode piorar a relação do governo com o Congresso.
No início deste mês, as bancadas do PTB e do PDT na Câmara declararam independência e deixaram a base aliada, já fragilizada após o rompimento do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com o Planalto.
O gesto de Temer é encarado por peemedebistas como um aceno à oposição, principalmente depois da manifestação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que defendeu publicamente a renúncia da Dilma como "um gesto de grandeza". "Logicamente, é uma sinalização de que a oposição pode confiar nele, caso assuma o governo", resume um deputado, vislumbrando a renúncia ou o impeachment da presidente.
Homem de confiança de Dilma, o assessor especial da Presidência Giles Azevedo é cotado para assumir a função do peemedebista.
Ele já participa das reuniões da equipe política e tem agido para blindar o governo nas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) criadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
25 de agosto de 2015
in aluizio amorim
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