Um gigantesco boneco de Lula vestido de presidiário, fot o hit dos protestos em Brasília e teve seu sucesso ampliado pela televisão e nas redes sociais.
O boneco foi encomendado muito antes da revelação do teor do grampo da conversa entre Lula e Alexandrino Alencar. Alguns defensores do ex presidente apressam-se a dizer que “nada tem de mais” na conversa flagrada. Pois sim!
Segundo relatório da PF, o petista conversou com Alexandrino Alencar, da Odebrecht, no dia 15 de junho de 2015, quatro dias antes da prisão do executivo.
Na conversa, fica óbvio que havia uma sintonia entre os interesses das empreiteiras e do ex presidente. Alencar chega a comentar o elogio de Emilio Odebrecht a uma nota oficial do Instituto Lula que abordava o tema de interesse de ambos.
Lula também informa a Alexandrino sobre um artigo de Delfim Neto a sair no dia seguinte no Valor, “metendo o pau”, isto é, defendendo o mesmo ponto de vista deles.
Delfim defendeu no artigo, o financiamento do BNDES para os serviços de construtoras em países como Cuba, Venezuela e Angola. Obviedade sem fim. O mesmo interesse de Alexandrino e Lula.
“É abusivo dizer que o BNDES é uma ‘caixa preta’ e é erro grave afirmar que deve dar publicidade às minúcias das suas operações, o que, obviamente, revelaria detalhes dos contratos de seus clientes que seriam preciosas informações para nossos concorrentes e, portanto, contra o Brasil”, disse Delfim.
Rui Falcão não faria melhor antecipando-se ao que fará a CPI do BNDES.
Agora está se falando muito em “acordão”. Que os ponteiros “estariam acertados”e o“perigo já teria passado”.Cuidado. Verifique antes a fonte dessas “boas (para os corruptos) notícias”. Daí viria a ampliação no prazo para explicar as pedaladas, etc. Que dessas reuniões resultou o embrulho com Renan dentro do pacote, onde também estaria Janot. Um sem fim de lendas.
Mas aí vem a pergunta: e onde estaria Sérgio Moro durante essas conversas? Ou a força tarefa da lava jato? Ou o MPF?
Os otimistas são poderosos. Mas tem de ter o cuidado de não confundir os desejos com a realidade.
As delações premiadas, a esta altura, já forneceram um manancial de informações que nem em sonho apareceram no mensalão.
E Lula, sem foro privilegiado, está na linha de tiro da primeira instância do Judiciário.
Deixem que eles sonhem. O que é deles está guardado.
E não me refiro a dinheiro em contas no exterior.
20 de agosto de 2015
Enio Meneghetti
O boneco foi encomendado muito antes da revelação do teor do grampo da conversa entre Lula e Alexandrino Alencar. Alguns defensores do ex presidente apressam-se a dizer que “nada tem de mais” na conversa flagrada. Pois sim!
Segundo relatório da PF, o petista conversou com Alexandrino Alencar, da Odebrecht, no dia 15 de junho de 2015, quatro dias antes da prisão do executivo.
Na conversa, fica óbvio que havia uma sintonia entre os interesses das empreiteiras e do ex presidente. Alencar chega a comentar o elogio de Emilio Odebrecht a uma nota oficial do Instituto Lula que abordava o tema de interesse de ambos.
Lula também informa a Alexandrino sobre um artigo de Delfim Neto a sair no dia seguinte no Valor, “metendo o pau”, isto é, defendendo o mesmo ponto de vista deles.
Delfim defendeu no artigo, o financiamento do BNDES para os serviços de construtoras em países como Cuba, Venezuela e Angola. Obviedade sem fim. O mesmo interesse de Alexandrino e Lula.
“É abusivo dizer que o BNDES é uma ‘caixa preta’ e é erro grave afirmar que deve dar publicidade às minúcias das suas operações, o que, obviamente, revelaria detalhes dos contratos de seus clientes que seriam preciosas informações para nossos concorrentes e, portanto, contra o Brasil”, disse Delfim.
Rui Falcão não faria melhor antecipando-se ao que fará a CPI do BNDES.
Agora está se falando muito em “acordão”. Que os ponteiros “estariam acertados”e o“perigo já teria passado”.Cuidado. Verifique antes a fonte dessas “boas (para os corruptos) notícias”. Daí viria a ampliação no prazo para explicar as pedaladas, etc. Que dessas reuniões resultou o embrulho com Renan dentro do pacote, onde também estaria Janot. Um sem fim de lendas.
Mas aí vem a pergunta: e onde estaria Sérgio Moro durante essas conversas? Ou a força tarefa da lava jato? Ou o MPF?
Os otimistas são poderosos. Mas tem de ter o cuidado de não confundir os desejos com a realidade.
As delações premiadas, a esta altura, já forneceram um manancial de informações que nem em sonho apareceram no mensalão.
E Lula, sem foro privilegiado, está na linha de tiro da primeira instância do Judiciário.
Deixem que eles sonhem. O que é deles está guardado.
E não me refiro a dinheiro em contas no exterior.
20 de agosto de 2015
Enio Meneghetti
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