Os impactos da crise econômica e das mudanças trabalhistas anunciadas pelo governo na classe C acenderam o sinal de alerta do PT. Fatia de 54% da população, que incorporou cerca de 40 milhões de brasileiros durante os anos de gestão da legenda, esse eleitorado vive agora uma crise de liderança, refletida nos baixos índices de popularidade da presidente Dilma Rousseff. Para interlocutores do Palácio do Planalto, o governo precisa se concentrar na tentativa de recuperar a confiança da classe C.
A falha na comunicação com a classe eleitoralmente mais importante para o partido já foi diagnosticada. Em conversas com Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem insistido que o governo precisa se comunicar melhor.
“Os dois têm conversado. Dilma parece ouvi-lo. Parece entendê-lo. Mas insiste nos erros”, diz um interlocutor do partido. Os aliados têm reclamado que, às vésperas de serem avaliadas pelo Congresso, o governo não soube explicar para a população até hoje onde quer chegar com as reformulações de regras trabalhistas que restringem benefícios.
Lula tem demonstrado preocupação especialmente com o eleitorado que vai votar pela primeira vez nas próximas eleições. Isso porque é uma geração que tinha menos de 10 anos quando ele saiu do poder e, de lá para cá, só tem visto notícias negativas relacionadas ao PT. Para o ex-presidente, o partido está perdendo o discurso da busca por mais conquistas sociais.
06 de abril de 2015
Amanda Almeida e Paulo de Tarso Lyra
Correio Braziliense
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