"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

EMPRESÁRIO OMAR "CATITO" PERES ABRE O VERBO

EstaTudo
Depoimento corajoso do Sr. Omar “Catito” Peres
(empresário brasileiro e dono do hotel que está sendo construído na Av. Atlântica – Rio de Janeiro): Não se vendia um parafuso se não houvesse propina.
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A Petrobras sempre foi um centro de corrupção e enriquecimento ilícito de empresários, funcionários da própria estatal, de todos os níveis (uma minoria, mas que manda e tem poder) e, claro, de políticos. Sempre foi assim.
Falo porque SEI, pois convivi, indiretamente com toda essa canalhada.
Fui dono do Mauá, o maior estaleiro do Brasil e, Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Naval brasileira. Isso me obrigava a estar, sempre, com o maior comprador de equipamentos navais, a Petrobras.
Na minha época, como industrial e líder do setor, há 20 anos, a corrupção já acontecia de forma IDÊNTICA como acontece hoje. Não se vendia um parafuso se não houvesse propina.
Decidi vender a empresa (a melhor coisa que fiz em todos os sentidos), exatamente porque sabia que para continuar, teria de corromper. Trabalhei muito para revitalizar o setor. Logrei êxito.
Quando comprei, a empresa tinha 50 funcionários e totalmente desativada. Vendi com 5 mil trabalhadores com carteira assinada.
Mesmo assim, preferi vender. Saí do setor, como não poderia ser diferente, de cabeça erguida: nunca dei um centavo para ninguém, nunca participei de atos ilícitos. E, por esse motivo, vendi, antes que fosse envolvido…
Conheci e, me reuni, diversas vezes, com todos esses bandidos que estão presos e, envolvidos com a roubalheira da Petrobras. Ou quase todos: Paulo Roberto, Duque, Barusco, Augusto Mendonça, da empresa Setal que, junto com Paulo Roberto, entregou o resto da quadrilha.
Para Renato Duque, enviei, até mesmo, uma carta de protesto contra uma obra que seria transferida do Rio para um estaleiro virtual de Pernambuco. Claro, nunca me respondeu.
Tive um navio petroleiro, em sociedade com um dos maiores armadores do mundo. Esse navio teve uma grande simbologia, pois significou a quebra do monopólio de empresas estrangeiras que faziam transporte do petróleo importado pela Petrobras. Era um enorme petroleiro, de 200 mil toneladas. O batizei de M/V Presidente Tancredo Neves. Na cerimônia de batismo, recebi toda a família Neves, incluindo Da. Risoleta. Fiz uma linda festa.
Conto tudo isso, com o objetivo de repassar aos amigos, o que eu sei, vivi e entendo da Petrobras e, do corrupto Estado brasileiro. A corrupção em nosso país existe em TODOS os setores. Petrobras é somente uma das fontes ricas. Mas não escapa nada, não se salva uma só instituição. O Estado brasileiro só serve para uma coisa: ROUBAR. Não sobra NADA. No Brasil, se rouba até merenda escolar!
Por isso, atribuir exclusivamente ao PT a roubalheira é “injusto”. Fato é que a Petrobras, como todos os demais órgãos do Estado, sempre foi um balcão de negócios para pessoas que se agrupam politicamente para roubar.
Os ladrões, os agentes, as empresas, todos, são os mesmos, desde sempre. Bobagem pensar que na época de Fernando Henrique Cardoso era diferente. Puro desconhecimento. Roubava-se da mesma forma. Não ele, claro, Fernando Henrique Cardoso, um homem honesto, mas sim, os esquemas mafiosos que dominam a máquina estatal brasileira.
A diferença desse “momento petista” na Petrobras, para os outros governos, encontra-se no volume de negócios da empresa que hoje, produz quase três milhões de barris de petróleo/dia, com investimentos de mais de USD 100 bilhões, enquanto no governo FHC, a estatal não alcançava um milhão de barris/dia, ou USD 10 bilhões anuais.
Em outras palavras, o volume de negócios hoje é muito maior e, o nível da roubalheira, cresceu na mesma proporção. Mas os ladrões e as máfias SÃO AS MESMAS.
Claro que não estou me referindo ao corpo técnica da empresa e, principalmente a expressiva maioria de profissionais e cientistas honestos, que vivem de seus salários, e que dedicaram e, dedicam suas vidas ao negócio petróleo, essencial para a economia do Brasil.
Neste caso, me refiro, exclusivamente, aos bandidos e às quadrilhas que se apossam da direção da empresa, repito, para, simplesmente, roubar o patrimônio público. A Petrobras é hoje, uma empresa desmoralizada por culpa dessas quadrilhas e, dos políticos que as nomeiam para roubar.
Conheço alguns ex-superintendentes e ex-diretores que saíram milionários da empresa. Uns pegaram seus milhões e foram embora do Brasil. Outros curtem suas fortunas roubadas, aqui mesmo, com iates em Angra, cavalos de salto, fazendas, etc. Deram sorte e nunca mais serão pegos. Mas são muitos. Se o Ministério Público pedisse quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de TODOS os ex-presidentes, ex-diretores, ex-superintendentes, ex-gerentes executivos e gerais, pelo menos dos últimos 20 anos, veria que muitos vivem acima do que seus salários permitiram comprar. E quantos milhões voltariam aos cofres públicos!
O que aconteceu dessa vez foi um “grande azar”: a Polícia Federal pegou o ladrão Paulo Roberto Costa, em uma simples operação de câmbio com o doleiro Youssef.
Daí, a polícia começou a pressioná-lo para dizer quem mais da Petrobras, participava dessas operações de câmbio negro. Paulo Roberto se negava a entregar os comparsas (Renato Duque, Barusco, empreiteiras, políticos e todos os demais membros da quadrilha).
Foi quando, na prisão, brilhantemente lhe foi dito o seguinte: “ou você entrega teus comparsas, ou temos, todos os elementos que provam o envolvimento de suas filhas e genros como beneficiários de todos os roubos que você, Paulo Roberto, praticou. Assim, vamos fazer o seguinte: ou você ABRE A BOCA E ENTREGA TODO MUNDO, ou suas filhas e genros terão ordem de prisão decretada e, vão te fazer companhia aqui”. Paulo Roberto, então, mesmo receoso de que a “máfia” pudesse calá-lo para sempre, ABRIU A BOCA……… e o resto da história todos nós já sabemos e estamos acompanhando.
A roubalheira na Petrobrás só foi descoberta por causa desse “azar”. Caso Paulo Roberto não tivesse sido pego em uma simples operação de câmbio, a roubalheira estaria correndo solta até hoje.
A Petrobras possui milhares de fornecedores. E, não pensem que a corrupção se dá somente nas grandes obras. Ela acontece em todas as áreas, em todo o tipo de fornecimento de produtos e serviços. Mas vamos nos ater somente às grandes obras.
COMO FUNCIONA A CORRUPÇÃO
Peguemos, como exemplo, a refinaria de Abreu Lima, em Pernambuco (deixemos Pasadena de fora: “operação pequena”). Foi orçada em USD 3 bilhões, já foram gastos USD 23 bilhões! Como pode acontecer isso?
Quem aprova essa diferença brutal?
Tudo começa com a licitação. As empreiteiras, em conluio com as diretorias (uma só não consegue autorizar sozinha), e as “bênçãos” do Presidente e do Conselho de Administração, participam da “concorrência pública”. Combinam entre elas quem vai ganhar, já com o preço acertado com a direção da empresa. Aberto o envelope “ganha” a que apresentou “menor preço”.
Em seguida, dá-se inicio as obras , quando começa a corrupção pra valer, com os conhecidos “aditivos contratuais”, que vão modificando os valores da concorrência.
Por esses aditivos, muda-se, por exemplo, a especificação de uma tubulação, para outro tipo, cujo fabricante também é outro, pois “atende melhor as exigências técnicas”; em seguida, por causa dessa modificação, será necessário mais mão de obra, mais horas de trabalho, pois o “tubo é maior”. A tinta também deve ser mudada, pois o novo cano “não aceita” a que foi anteriormente especificada. E, daí, se constata a “necessidade” de se mudar todo o projeto de engenharia, com aumento incontrolável do preço inicial!
Em outras palavras, somado todas as “mudanças”, via aditivos contratuais, alcança-se valores que saem de USD 3 bilhões para USD 23 bilhões! E aí, inicia-se a distribuição de comissão para diretores, superintendentes, gerentes executivos e, claro, para os que os nomeiam: os políticos.
Nos meus cálculos o superfaturamento das obras em curso na Petrobras, alcança mais de USD 20 bilhões, fora margem de lucro das empresas, que também, calculo em USD 20 bilhões. Somados esses valores, chega-se aos R$ 88 bilhões que a Petrobras confessa ter tido de prejuízo pela roubalheira descoberta.
E, como se comprovam esses números? Muito simples: todas as obras realizadas nos últimos 10 anos, se fossem vendidas (Abreu Lima, Comperj, Pasadena, etc.), valeriam menos R$ 88 bilhões, pois foram superfaturadas e, o preço de mercado, claro, é outro totalmente diferente. Daí o anúncio de perdas de R$ 88 bilhões.
Em outras palavras, tudo o que a Petrobras dizia valer USD 100 bilhões, na realidade, vale, somente USD 20 bilhões! Como empresa, ela é obrigada a contabilizar esse prejuízo, fruto de roubo e corrupção.
Em resumo, OS DIRETORES, EMPREITEIROS E POLITICOS, ROUBARAM R$ 88 BILHÕES DA PETROBRAS. PONTO FINAL.
QUEM SÃO OS CORRUPTOS, CORRUPTORES E, QUEM OS COMANDA.
Os corruptos são diretores, superintendentes, gerentes executivos e gerentes gerais indicados por partidos políticos. Os corruptores são as empreiteiras e prestadores de serviço em geral. Todos “ganham”. Todos tem a mesma responsabilidade criminal.
No comando do Conselho da Petrobrás, tivemos Dilma Rousseff, que aprovou a compra da Refinaria de Pasadena e todas as obras superfaturadas da empresa. Na Diretoria da empresa, Paulo Roberto Costa, Cerveró, Duque, Barusco e toda uma quadrilha de empresas.
Dilma Rousseff deve  explicação à nação.
06 de abril de 2015
in blog do licio maciel

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