Possibilidade de delação premiada de André Vargas deixa Gleisi e o PT do Paraná em pânico
A investigação sobre a atuação de André Vargas nos esquemas investigados pela Operação Lava-Jato voltou para a escrivaninha do implacável juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.Com isso, a prisão do ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados tornou-se uma possibilidade concreta e em crescimento.
Também entrou no radar dos políticos a hipótese de Vargas optar por um acordo de delação premiada, contando tudo o que sabe sobre suas relações com o doleiro Alberto Youssef e de outras figuras importantes do PT, como a senadora Gleisi Helena Hoffmann e o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, com o Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história.
Vargas foi coordenador da campanha de Gleisi ao governo do Paraná e financiador de todas as candidaturas da bancada do PT do PT do Paraná. A origem dos recursos precisa ser explicada e pode ajudar sobremaneira as investigações conduzidas pelo juiz Moro.
As informações que André Vargas tem no âmbito da Lava-Jato são inúmeras e muito valiosas. Uma delas, por exemplo, foi adiantada para a revista Veja, em 12 de abril de 2014, quando André Vargas começou a se sentir abandonado pelo casal Gleisi-Paulo Bernardo e sinalizou que poderia falar.
“Vargas insinuou que [Paulo] Bernardo é beneficiário do propinoduto que opera na Petrobras. O ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”.
É assim, com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a 10 bilhões de reais. Parte desse valor, como se revelou nas últimas semanas, são as propinas de negociatas na Petrobras”.
Diante da possibilidade de André Vargas decidir pela delação desencadeou um surto de pânico no PT paranaense. Principalmente porque existe um consenso na legenda de que o deputado não deve lealdade aos companheiros.
Afinal, foi atirado aos leões, sem maiores deferências, quando o jornal “Folha de S. Paulo” divulgou, em 1º de abril de 2014, sua ligação nefasta com o doleiro Alberto Youssef, de quem foi sócio em um laboratório-lavanderia criado para lesar o Ministério da Saúde.
Contrariando a postura tolerante com companheiros apanhados em situações suspeitas, ou claramente comprometedoras, o agora ex-deputado foi excluído da legenda em rito sumário e não contou com defensores dentro do partido quando teve o mandato cassado.
27 de fevereiro de 2015
ucho.info
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