Não fosse a permanente “política” norte-americana de ingerência e cooptação nos assuntos internos e na soberania dos demais países, mundo afora, que arrebanha contingentes e prepara mão de obra especializada para as diversas “Primaveras Árabes”, e revoluções coloridas que eclodem pelo planeta, sempre que lhes interesse, ou lhes sejam desfavoráveis os governos nacionais, justamente agora, que nos aproximamos do 51º aniversário da Revolução Militar de 1964, patrocinada, encorajada, planejada e levada a termo pelos EUA, derrubando um governo legitimamente eleito, e quando mais ganham as ruas movimentos diversos pelo impeachment da president’a Dilma Rousseff, em meio aos escândalos de corrupção na “base política” de sustentação do seu governo, especialmente na Petrobras, uma “Nota à Imprensa” da Embaixada Americana no Brasil, distribuída via e-mail brasiliaembeua@state.gov , não causaria nenhuma suspeita e até despertaria em nós, brasileiros, o mais profundo sentimento de solidariedade e gratidão:
“Estados Unidos abrem inscrições para líderes comunitários: Brasília, 20 de fevereiro de 2015 – O Departamento de Estado dos EUA, por meio do Atlas Corps – uma rede internacional de líderes sem fins lucrativos, tem o prazer de anunciar oportunidades para líderes emergentes da sociedade civil para obter bolsas de estudos de 6 a 18 meses nos Estados Unidos. Interessados em se candidatar devem ter de 2 a 10 anos de experiência trabalhando em alguma ONG, nível universitário, até 35 anos de idade e fluência na língua inglesa. As inscrições para o primeiro ciclo deste ano estão abertas até 15 de março de 2015.
Os bolsistas selecionados serão inseridos em uma organização renomada na área social nos Estados Unidos. Despesas com passagem área, visto de entrada nos EUA, seguro saúde, alimentação, transporte local e acomodação partilhada serão totalmente custeadas. Informações sobre o programa e como se candidatar estão disponíveis no site:http://apply.atlascorps.org.
A missão do Atlas Corps é treinar líderes de ONGs em áreas sociais, promover fortalecimento das organizações e inovação. Os selecionados poderão desenvolver suas habilidades de liderança, aprender as melhores práticas no campo de organizações sem fins lucrativos e terão oportunidades de networking com companheiros de todo o mundo.
Informações para imprensa: (61) 3312-7364 / 7367 / 7350”.
NÃO É O CASO…
Contudo, (o que entendem eles sobre a Legislação pertinente às ONGs, no Brasil ?) a julgar o passado recente dos Estados Unidos, sem que se remeta a lembrança a passado muito distante, aos “golpes” de estado que perpetram, desde o sempre, mundo afora, somente para citar, nos anos 60 e 70 na América do Sul, João Goulart, 64, no Brasil, e Salvador Alliende, 73, no Chile, sem que se comente, atualmente, as ditas “Revoluções Árabes” na Líbia e Síria, que deram origem ao facínora Estado Islâmico, ou mais recentemente, o “golpe” na Ucrânia, que ameaça levar o mundo à guerra, não é evidentemente esse o caso.
Afinal, quem reporta os dias que antecederam o golpe de 1964 sabe muito bem que os EUA operam, não necessariamente, por “meios militares”, com dispendiosas e frontais invasões, via US Army, como era corriqueiro na segunda metade do Século XIX, Cuba, Porto Rico e Filipinas, ou na segunda metade do Século XX, mais aquilatados, agindo por “razões humanitárias” no Iraque e Afeganistão, por meio da ONU, mas sabem que qualquer e toda intervenção americana nos diversos rincões do planeta se dá muito antes, via cooptação e compra, mesmo, das mídias nacionais, e por meio de pseudos programas de ajuda, como, aliás, aparentemente se configura o atual “Atlas Corps” (Hitler possuía, no auge da Segunda Guerra Mundial, atuando na África, com Rommel, seu mais destacado general – A Raposa do Deserto – o “Afrika Corps”).
ONGS EM TODO CANTO
Para não fazer aqui mais e repetidas ilações, nós, brasileiros, que assistimos ONGs das mais diversas naturezas instalarem-se na Amazônia brasileira, em fortíssimos movimentos, supostamente indigenistas ou conservadoristas, impedindo a abertura de estradas, a instalação de barragens e hidrelétricas, torres de transmissão de energia, criação de gado ou plantação de soja e cana, enquanto organizam “movimentos” de libertação de índios e demarcação de reservas, todas em contradição com os interesses econômicos e estratégicos do Brasil, não podemos nos esquecer que as tais “ONGs”, as mesmas que precederam a “Marcha do Povo de Deus pela Liberdade”, a TFP – Tradição, Família e Paz” e outras “organizações” tipo “filantrópicas”, sem fins lucrativos e pela democracia em 64, não passaram de pretexto para a instalação de um famigerado regime, e para a submissão nacional…
Afinal, já diz um ditado popular, muito arraigado no Brasil, fruto da sabedoria do próprio povo: “Quando a esmola é muita, o santo desconfia…”
Quanto a mim, nem da tal Dilma e de todo o mau que ela representa, eu gosto!
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Não há novidade nisso. Quando era um jovem sindicalista, Lula fez curso na Universidade Johns Hopkins, nos EUA. Esta informação consta do livro de Mário Garnero, o empresário mais ligado a Lula, e jamais foi desmentida. Portanto, a CIA está só renovando seus quadros. (C.N.)
27 de fevereiro de 2015
Pettersen Filho
Site Paralerepensar
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