O tema que tem de ser abordado e debatido pela Tribuna da Internet, sobre Capitalismo X Socialismo, é a busca de um novo Contrato Social, com outros paradigmas.
Democracia. Mal empregada até hoje, pois nossos governantes foram: “imperiais”, “nobreza” do funcionalismo público, oligarquias, ditaduras, burgueses dependentes financeiramente da Corte e agora sindicalistas representantes de pequena parcela de privilegiados do ABC paulista e outras grandes regiões metropolitanas.
Em momento algum tivemos democracia exercida pelo povo, a não ser que consideremos povo as classes que detiveram o Poder por esses quase 200 anos. E chamar de representantes do povo a esses atuais detentores da chave do cofre é gozação, escárnio.
No feudalismo desenvolvido na Europa ocidental, o Poder era representado diretamente pela “nobreza”, autoritário. Este Poder criou uma estrutura dominante nas Cidades-Estado, que se manteve até o fim da era agrícola. Eram dispersas e disperso era o Poder, mas era igualmente exercido em todas elas.
Com o advento da era industrial, das Nações-Estado, da aplicação da democracia em substituição ao absolutismo, os poderosos precisavam de outra forma de dominação, que mesmo sob os auspícios de um regime dito democrático, o Poder absoluto permanecesse com eles, e surgiram os partidos políticos.
A PARTIR DO SÉCULO XVIII
Dois partidos haviam sido criados na Inglaterra no século 18: dos “tories”, representando o absolutismo monárquico/Câmara dos Lordes/feudalismo, e os “whigs”, representando as novas idéias liberais/Câmara dos Comuns/industrialismo.
Somente depois de 1815 que se institucionalizaram os partidos – França, Alemanha, EUA – como nova forma de domínio sobre a sociedade, sociedade agora clamando por “democracia”.
Não seria porque se estava passando da era agrícola para a era industrial que o Poder fugiria das mãos que o haviam estruturado e mantido até então. Apenas, uma nova estrutura tinha que ser criada, e esta veio com a adoção dos partidos políticos.
Indicando, impondo, corrompendo, induzindo, comprando, seja como for, os partidos serviram exatamente para, com poucas pessoas nos lugares certos, continuar o domínio sobre a sociedade, ou sobre as massas. Observe-se que até nas ditaduras comunistas – mesmo com outra visão econômica – foi criado o partido, único, mas que era usado para dominar o governo. Apresentavam como justificativa, que os “proletários” precisavam de uma vanguarda que os representasse junto ao governo do povo e essa vanguarda era o partido.
DEMOCRACIA PARTICIPATIVA
A democracia pode ser direta/participativa ou representativa. Na Grécia antiga era direta e funcionava muito bem. O povo era consultado e participava das decisões que lhe afetavam diretamente.
Hoje seria impossível a democracia direta/participativa na tomada das decisões que afetam toda sociedade. Usamos da democracia representativa e isto é feito através dos partidos políticos introduzidos e dominados por aqueles que hoje chamamos de elites.
Em meus estudos sobre o Capitalismo Social proponho a extinção dos partidos como intermediários entre o povo e o governo. A escolha dos candidatos a funcionários públicos via eleição deverá ser feita pelos próprios eleitores, sem imposição de nenhum esquema por parte de ninguém. Isto é democracia!!! Demo=povo, cracia=governo.
CAPITALISMO OU SOCIALISMO?
Capitalismo (produção pela iniciativa privada) x Socialismo (produção pelo Estado). Prefiro colocar a questão em outros termos. O que deu certo até hoje em termos de produção, em termos econômicos? Produção por empresas administradas pelos acionistas majoritários e seus diretores contratados por competência, ou empresas onde o Estado é o acionista majoritária e as mesmas são administradas por pessoas indicadas por ação política? Esta é a verdadeira questão à ser enfrentada.
Em Capitalismo Social, as empresas devem ser sociais, ou seja, tem que ter finalidades não apenas econômicas. O fato de quem seja o acionista majoritário é secundário. Primordial é serem administrada por profissionais preparados para este fim, sejam eles os próprios donos ou pessoas contratadas.
FEUDOS DE POLÍTICOS
O que não podemos mais aceitar é que as tais de empresas estatais sejam feudos de políticos, estes impostos pelos donos dos partidos e estes donos de partidos serem serviçais das elites, quando não membros das próprias.
Quando falo de elites, falo das superelites (Poder Globalitário) e das elites regionais (que exercem o domínio sobre as três Américas) e a quem se reportam as elites locais (brasileiras).
Repito: a estrutura de Poder destas elites está baseada nos partidos políticos, desde o início do industrialismo. E, na estrutura dominante, acima dos partidos, no lado ocidental, está o FMI, o Banco Mundial e o GATT. No lado oriental, estava a Comecon (Organização de cooperação entre os países liderados pela União Soviética), que tinha a mesma finalidade.
03 de fevereiro de 2015
Martim Berto Fuchs
http://capitalismo-social.blogspot.com.br/2015/01/capitalismo-social-projeto-completo.html
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