"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

YOUSSEF E COSTA AJUDAM A MAPEAR BRAÇO POLÍTICO DA CORRUPÇÃO


 
 
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef estão ajudando a mapear o loteamento feito por partidos da base do governo na Petrobras, o elo político que falta para fechar o cerco na Operação Lava Jato.
 
“Eu simplesmente fui a engrenagem para que pudesse haver o recebimento e os pagamentos aos agentes públicos”, disse o doleiro, no depoimento em que explica seu papel no esquema. Em ações que correm paralelas ao processo de delação premiada na Justiça Federal do Paraná, ele e Costa detalharam valores e os nomes dos operadores que agiram pelo PP, PMDB e PT.
 
Costa e Youssef atuaram como sócios informais na azeitada máquina de propina, mas era o doleiro quem, no varejo, tinha mais contatos com o mundo político e cuidava das operações bancárias ou do envio das malas de dinheiro que transitavam no eixo Rio/São Paulo/Brasília. Ele detalha o trajeto da propina:

“O procedimento era com emissão de notas fiscais (frias) e recebimento em conta ou a empresa que me pagava lá fora e eu internava esses reais aqui. E o que era de Brasília ia para Brasília, e o que era do Paulo Roberto Costa ia para o Paulo Roberto Costa, no Rio de Janeiro”, diz Youssef ao juiz federal Sérgio Moro.

EM BUSCA DO DINHEIRO

A viagem de um grupo de procuradores da República à Suíça e, possivelmente, a outros paraísos fiscais, foi motivada por informações prestadas pelo doleiro sobre contas abertas no exterior para, segundo se suspeita, proteger parte do dinheiro dos partidos envolvidos no esquema.Youssef afirma ter sido informado por empreiteiros e diretores da Petrobras envolvidos no esquema de corrupção, que o “acordo prévio” sobre o “ajuste político” que precedia cada contrato relacionado a grandes obras, vigorava em todas as áreas da Petrobras.
A Justiça já identificou recebimento de propinas nas diretorias de Abastecimento, Serviços e Internacional. Outras quatro – Financeira, Gás e Energia, Exploração e Produção e Engenharia Tecnologia e Materiais – passarão por um pente fino.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGA notícia não tem novidade. Mesmo assim, vai deixar muita gente importante sem dormir esta noite. Agora, só está faltando mapear o braço político e é aí que mora o perigo. (C.N.)

04 de dezembro de 2014
Vasconcelo Quadros
iG São Paulo

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