"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

PT MUDOU DE RUMO EM 30 ANOS E O SONHO JÁ ACABOU



O PT que reelegeu a presidente Dilma Rousseff em outubro deste ano é outro, com formação e até bandeiras distintas daquele Partido dos Trabalhadores surgido na década de 80 com a pretensão de transformar a política brasileira.
As mudanças, adotadas principalmente após o partido se tornar governo, geraram reflexos. Depois de a sigla colher os frutos de se manter no poder central por mais de 12 anos, o atual momento não é tão positivo para os petistas, mesmo após o êxito nas urnas. As consequências negativas dos “erros” estão sendo sentidas agora, quando a sigla enfrenta novas denúncias e manifestações antipetistas pelo país.

Se a população tem feito críticas à administração petista – movimento que cresceu depois das denúncias do mensalão e da corrupção na Petrobras –, fundadores da legenda, que acabaram se desfiliando após as falhas cometidas, não evitam mais os ataques. E mesmo quem continua na sigla já admite a necessidade de mudar.

Desde a criação da legenda, em 1980, alguns idealizadores do PT se desfiliaram e decidiram se afastar da política partidária, enquanto outros fundaram legendas nas quais viriam a ser candidatos. Apesar de alguns nomes, como o do ex-presidente Lula, continuarem no comando partidário, fundadores tidos como mais “radicais” e defensores de políticas mais à esquerda e próximas do “socialismo” optaram por deixar o PT.

NÃO É SOCIALISTA

Esse fato, segundo analistas, é o principal responsável pela mudança de rumo. “O quadro do partido não é possível de se reverter. Se não se propõe a superar o capitalismo, como pretendia inicialmente, é porque não é socialista. Isso o torna igual a outras siglas”, avalia o cientista político da Unesp Antonio Carlos Mazzeo.

Um dos exemplos de políticos que optaram por se desfiliar é o candidato derrotado à Presidência Eduardo Jorge (PV). “Saí basicamente porque acho que o PT ainda tem um déficit de aceitação da democracia. Continua com um pensamento hegemonista de controle da sociedade, herdado da ditadura”, diz.

Crítica semelhante é feita pelo senador Cristovam Buarque (PDT). Ele diz que sua saída ocorreu após o partido “perder o vigor transformador”. “Dizia que o PT ia levar dez anos para retomar esse vigor. Agora já acho que vai levar muito mais tempo. O PT corre o risco de se tornar um partido inexpressivo. Enquanto continuar como governo, não há chance de recuperar sua utopia”, acredita.

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