A pesquisa do Datafolha publicada na edição de domingo, da Folha de São Paulo, sustenta que 68% da opinião pública responsabilizam a presidente Dilma Rousseff pela corrupção no país. É preciso separar bem os dados revelados. Não que a pesquisa em si esteja errada, mas sim porque os pesquisados confundiram, na essência, percepção com responsabilidade.
Os fatos vieram à tona neste ano com intensidade muito forte o que não quer dizer que eles não existissem antes do seu mandato.
Tanto é assim que os principais acusados, e que inclusive possuem milhões de dólares em contas na Suíça estiveram nos cargos no período de 2003 a 2012, na primeira metade do período do atual governo.
Os escândalos da Petrobrás chegaram à percepção de acordo com a pesquisa de nada menos que 85% da opinião pública, o que demonstra o grau de exposição a que atingiram, através dos jornais, emissoras de televisão e revistas.
Se um dos acusados se dispôs a devolver 97 milhões de dólares e outro acusado prontificou-se a repatriar 26 milhões de dólares, evidentemente tais importâncias exigiram tempo maior para serem acumuladas. Isso de um lado.
De outro o Datafolha acentua que para 43% a presidente tem muita responsabilidade enquanto que para 25% tem pouca. Daí o total de 68 pontos que no fundo representa mais uma confirmação do que uma responsabilização.
O resultado não abalou o índice de aprovação do governo que permaneceu na escala de 42%. Enquanto 24% consideram regular e os 24% restantes ruim.
Enquanto isso na mesma pesquisa aparece que o índice de 50% engloba os que acreditam que ela fará um bom governo no segundo mandato.
RESPONSABILIDADE
No caso da corrupção é natural a confusão entre percepção e responsabilidade. O governo Lula é considerado responsável pela faixa de 12%, enquanto o governo Fernando Henrique Cardoso 13%.
O índice de 85% por seu turno representa que a população brasileira não só tomou conhecimento dos fatos ocorridos na Petrobrás como também por seu volume significa uma exigência que as investigações não cessem.
Ou seja que os inquéritos não terminem na área apenas da percepção mas se projetem no terreno das consequências concretas. Perceber é uma coisa, punir é outra.
Pedro do Coutto
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