Adicionar legendaReunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras para análise do plano de trabalho e de requerimentos - (14/05/2014) (Geraldo Magela/Agência Senado/VEJA) |
Governistas resistem à tentativa da oposição de levar João Vaccari Neto à CPI para esclarecer participação em denúncias de desvios de verbas da Petrobras
Petrolão: governo barra convocação de tesoureiro do PT
Oficialmente, o comando do colegiado alegou que não haveria quórum suficiente para aprovar os requerimentos e que ainda busca uma alternativa. A oposição reclamou: “Está claro que estão querendo segurar a ida do Vaccari. Mas alguma coisa tem de acontecer até a próxima semana.
A gente quer uma sessão relevante antes das eleições”, disse o deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM na Câmara dos Deputados. “É evidente que a base do governo está agindo para evitar a ida do tesoureiro. E é mais evidente ainda que a base recebe orientação da presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição”, afirmou o deputado Antônio Imbassahy (BA), líder do PSDB na Câmara.
Os parlamentares decidiram se reunir nesta terça após as novas revelações feitas à Justiça Federal por Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef. De acordo com Costa, o PT ficava com a maior parte do rateio da propina e o responsável por captar esse dinheiro era João Vaccari Neto. Ainda segundo o ex-diretor da Petrobras, Vaccari negociava diretamente com o então diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
No encontro realizado nesta tarde no gabinete do presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), os parlamentares pediram uma reunião emergencial para aprovar a convocação de Duque e Vaccari, cujos pedidos de audiência já foram apresentados, além de agendar a audiência do doleiro Youssef, que já teve a convocação aprovada, para o dia 22. Ness data, também está marcado o depoimento de José Carlos Consenza, diretor de Abastecimento que substituiu Paulo Roberto Costa na estatal.
Vital prometeu entrar em contato com os líderes governistas para checar a viabilidade de uma convocação ainda nesta semana, mas admite ser “difícil” por causa das eleições. Como o colegiado é formado em sua maioria por deputados e senadores aliados do Palácio do Planalto, a presença desses parlamentares é obrigatória para que seja atingido o quórum mínimo para as votações.
“Não há nenhum tipo de pressão. A função de investigação do Congresso Nacional não pode ser contaminada por um processo eleitoral que, em quinze dias, pode trazer consequências que não sejam aquilo que é dever do Congresso, que é apurar de forma limpa e imparcial os fatos”, disse.
Nesta quarta, Vital do Rêgo deve ingressar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso à íntegra das delações premiadas.
15 de outubro de 2014
Marcela Mattos - Veja
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