Após o segundo turno das eleições, dez pessoas totalmente desconhecidas podem ganhar mandato de quatro anos no Senado mesmo sem terem recebido sequer um voto nas urnas em outubro.
São os suplentes dos senadores que disputam governos estaduais e a Presidência. Caso sejam eleitos, os senadores terão que renunciar às vagas para assumirem as novas funções em janeiro de 2015.
Como os mandatos no Senado são de oito anos, os eleitos em 2010 podem disputar cargos neste ano sem correr risco de perderem a vaga. Os derrotados continuam na Casa, enquanto os eleitos serão substituídos pelos suplentes.
Dois já garantiram as cadeiras com as eleições, no domingo (5), de Pedro Taques (PDT) e Wellington Dias (PT) para os governos do Mato Grosso e do Piauí.
A ex-bancária Maria Regina Sousa (PT) assumirá a vaga de Dias. Já os dois suplentes de Taques – José Antonio Medeiros (PPS) e Paulo Fiúza Filho (PV) – travam uma batalha jurídica pela vaga.
A confusão começou em 2010, quando Taques se elegeu para o Senado e seu suplente renunciou à vaga. Medeiros foi registrado em seu lugar, mas Fiúza contesta – embora já tenha sofrido sucessivas derrotas na Justiça.
ABUSO SEXUAL
A relação entre o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) e seu suplente Hélio da Silva Lima (PSD) também é conturbada desde 2010. Na época, Lima foi acusado pelo próprio senador de ter abusado sexualmente de uma sobrinha, depois que Rollemberg recebeu denúncia do Conselho Tutelar.
Lima respondeu a processo na Justiça do DF, foi inocentado e diz que a denúncia não é verdadeira.
“Isso foi uma calúnia armada e a Justiça comprovou que não ocorreu nada disso. O processo terminou, foi transitado em julgado. Estou pronto para assumir meu mandato”, disse Lima.
EM CASA
Líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB) indicou a própria mulher para a suplência, o que vai garantir a Sandra Braga quatro anos de mandato se o senador for mais uma vez eleito governador do Amazonas. O peemedebista disse que escolheu a mulher porque ela é “militante ativa” do partido.
Vários senadores escolheram empresários para as suas suplências, muitos deles responsáveis por financiar parte das campanhas dos titulares. Podem chegar ao Senado em 2015 os empresários Deca do Atacadão (PSDB) e Pedro Chaves (PSC), suplentes de Cássio Cunha Lima (PSDB) e Delcídio Amaral (PT), que disputam os governos da Paraíba e Mato Grosso do Sul.
Se for eleito para o governo do Rio, Marcelo Crivella (PRB) vai levar ao Senado o ministro da Pesca, Eduardo Lopes (PRB), bispo da Igreja Universal que ocupou o seu mandato enquanto ele foi titular da pasta na gestão Dilma. Os dois fizeram a “troca” quando o senador teve que deixar o ministério para disputar o governo do Rio.
Outros que podem deixar o Senado em 2015 são os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que disputam a Presidência e a vice-presidência da República na chapa encabeçada pelo mineiro. Se os dois forem eleitos, o PSDB vai perder as duas cadeiras para o DEM e o PMDB, partidos dos suplentes Elmiro Alves do Nascimento e Airton Sandoval Santana.
Nascimento, suplente de Aécio, foi deputado estadual, prefeito e diretor da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), indicado em gestões do PSDB no Estado. O suplente de Aloysio também é ex-deputado federal e trabalhou na Prefeitura de Franca (SP).
15 de outubro de 2014
GABRIELA GUERREIRO
Folha
São os suplentes dos senadores que disputam governos estaduais e a Presidência. Caso sejam eleitos, os senadores terão que renunciar às vagas para assumirem as novas funções em janeiro de 2015.
Como os mandatos no Senado são de oito anos, os eleitos em 2010 podem disputar cargos neste ano sem correr risco de perderem a vaga. Os derrotados continuam na Casa, enquanto os eleitos serão substituídos pelos suplentes.
Dois já garantiram as cadeiras com as eleições, no domingo (5), de Pedro Taques (PDT) e Wellington Dias (PT) para os governos do Mato Grosso e do Piauí.
A ex-bancária Maria Regina Sousa (PT) assumirá a vaga de Dias. Já os dois suplentes de Taques – José Antonio Medeiros (PPS) e Paulo Fiúza Filho (PV) – travam uma batalha jurídica pela vaga.
A confusão começou em 2010, quando Taques se elegeu para o Senado e seu suplente renunciou à vaga. Medeiros foi registrado em seu lugar, mas Fiúza contesta – embora já tenha sofrido sucessivas derrotas na Justiça.
ABUSO SEXUAL
A relação entre o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) e seu suplente Hélio da Silva Lima (PSD) também é conturbada desde 2010. Na época, Lima foi acusado pelo próprio senador de ter abusado sexualmente de uma sobrinha, depois que Rollemberg recebeu denúncia do Conselho Tutelar.
Lima respondeu a processo na Justiça do DF, foi inocentado e diz que a denúncia não é verdadeira.
“Isso foi uma calúnia armada e a Justiça comprovou que não ocorreu nada disso. O processo terminou, foi transitado em julgado. Estou pronto para assumir meu mandato”, disse Lima.
EM CASA
Líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB) indicou a própria mulher para a suplência, o que vai garantir a Sandra Braga quatro anos de mandato se o senador for mais uma vez eleito governador do Amazonas. O peemedebista disse que escolheu a mulher porque ela é “militante ativa” do partido.
Vários senadores escolheram empresários para as suas suplências, muitos deles responsáveis por financiar parte das campanhas dos titulares. Podem chegar ao Senado em 2015 os empresários Deca do Atacadão (PSDB) e Pedro Chaves (PSC), suplentes de Cássio Cunha Lima (PSDB) e Delcídio Amaral (PT), que disputam os governos da Paraíba e Mato Grosso do Sul.
Se for eleito para o governo do Rio, Marcelo Crivella (PRB) vai levar ao Senado o ministro da Pesca, Eduardo Lopes (PRB), bispo da Igreja Universal que ocupou o seu mandato enquanto ele foi titular da pasta na gestão Dilma. Os dois fizeram a “troca” quando o senador teve que deixar o ministério para disputar o governo do Rio.
Outros que podem deixar o Senado em 2015 são os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que disputam a Presidência e a vice-presidência da República na chapa encabeçada pelo mineiro. Se os dois forem eleitos, o PSDB vai perder as duas cadeiras para o DEM e o PMDB, partidos dos suplentes Elmiro Alves do Nascimento e Airton Sandoval Santana.
Nascimento, suplente de Aécio, foi deputado estadual, prefeito e diretor da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), indicado em gestões do PSDB no Estado. O suplente de Aloysio também é ex-deputado federal e trabalhou na Prefeitura de Franca (SP).
15 de outubro de 2014
GABRIELA GUERREIRO
Folha
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