SÃO PAULO - A Copa do Mundo custaria muito menos ao Brasil não fosse o "complexo de elefante" de Lula. Por causa de sua mania de grandeza, assentada no populismo inconsequente de quem se preocupa apenas com a própria popularidade, o evento terá 12 cidades-sede. A Fifa imaginava oito ou dez.
Na história da competição, em apenas duas ocasiões houve mais sedes do que na "Copa das Copas": em 1982, na Espanha, realizada em 14 municípios, e no Mundial de 2002, promovido em 20 cidades, mas em dois países diferentes (Coreia do Sul e Japão, com dez sedes cada um).
Somente a Suécia (1958), a Itália (1990) e a Alemanha (2006) usaram 12 cidades, como aqui. Há de se considerar que os acima citados são países bem menores que o Brasil, o que facilita o deslocamento dos torcedores e das delegações. Nem mesmo os EUA apostaram tão alto. Em 1994, a Copa ocorreu em nove cidades.
O resultado desse gigantismo será mais bem percebido no pós-Copa, com a profusão de estádios vazios, mas de altíssimo custo de manutenção. Manaus, por exemplo, construiu uma arena para 44 mil pessoas, mas não tem equipes na primeira, na segunda ou na terceira divisão do futebol brasileiro. A final do torneio estadual de 2013 foi vista por 8.032 corajosos torcedores (só 5.800 pagantes).
O diagnóstico apresentado pela Folha também é consequência direta do hiperbolismo lulista: a menos de 30 dias do evento, o país só cumpriu 41% das metas, sendo que várias obras ficarão prontas depois da Copa e outras foram abandonadas.
Nem mesmo o Itaquerão, palco de abertura, está totalmente pronto, dando razão para quem dizia que seria mais fácil (e mais barato) reformar o Morumbi. Erguido, ironicamente, na sub-bacia do rio Verde, o estádio foi feito por insistência do próprio Lula, que pretendia presentear a torcida corintiana. Que o presente aos corintianos não vire motivo de constrangimento aos brasileiros no dia 12 de junho.
Na história da competição, em apenas duas ocasiões houve mais sedes do que na "Copa das Copas": em 1982, na Espanha, realizada em 14 municípios, e no Mundial de 2002, promovido em 20 cidades, mas em dois países diferentes (Coreia do Sul e Japão, com dez sedes cada um).
Somente a Suécia (1958), a Itália (1990) e a Alemanha (2006) usaram 12 cidades, como aqui. Há de se considerar que os acima citados são países bem menores que o Brasil, o que facilita o deslocamento dos torcedores e das delegações. Nem mesmo os EUA apostaram tão alto. Em 1994, a Copa ocorreu em nove cidades.
O resultado desse gigantismo será mais bem percebido no pós-Copa, com a profusão de estádios vazios, mas de altíssimo custo de manutenção. Manaus, por exemplo, construiu uma arena para 44 mil pessoas, mas não tem equipes na primeira, na segunda ou na terceira divisão do futebol brasileiro. A final do torneio estadual de 2013 foi vista por 8.032 corajosos torcedores (só 5.800 pagantes).
O diagnóstico apresentado pela Folha também é consequência direta do hiperbolismo lulista: a menos de 30 dias do evento, o país só cumpriu 41% das metas, sendo que várias obras ficarão prontas depois da Copa e outras foram abandonadas.
Nem mesmo o Itaquerão, palco de abertura, está totalmente pronto, dando razão para quem dizia que seria mais fácil (e mais barato) reformar o Morumbi. Erguido, ironicamente, na sub-bacia do rio Verde, o estádio foi feito por insistência do próprio Lula, que pretendia presentear a torcida corintiana. Que o presente aos corintianos não vire motivo de constrangimento aos brasileiros no dia 12 de junho.
16 de maio de 2014
Rogério Gentile, Folha de SP
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