BRASÍLIA - À Folha, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, admitiu o que todo mundo sabe, mas ninguém no governo diz: sim, há controle de preços (de energia e gasolina) para segurar a inflação.
Ele não usa a expressão "controle de preços", mas declarou exatamente isso: "Preços administrados são preços administrados. Você administra em função do interesse estratégico da economia, dos consumidores". É a "política anticíclica".
Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem em audiência pública na Câmara que não existe nada disso de controle de preço ou de preço administrado. Mas ele se enrolou todo ao usar o exemplo da energia e desmentir, na prática, a posição do colega da Casa Civil.
A tarifa, assumiu Mantega, "subiu 18%". Em sendo assim, "cadê o represamento dos preços?".
E continuou se enrolando, ao falar sobre os R$ 13 bilhões (9 e depois mais 4) que o Tesouro tem de despejar no setor de energia para corrigir as políticas voluntaristas do governo Dilma: "No fundo, a conta é do contribuinte. (...) Pior seria colocar tudo no consumidor, diretamente".
Ou seja, nós todos vamos pagar essa continha salgada do "controle", ou da "administração", ou do "represamento" das tarifas de energia que Mercadante admite e Mantega nega.
Nenhum dos dois lembrou que Dilma fez pronunciamento na TV para gabar-se da redução da conta de luz de empresas e consumidores. E nem era por uma política "anticíclica" ou contra a inflação, mas por populismo puro e simples.
O gato comeu a intenção, o setor sofreu, os preços aumentaram e, enquanto Dilma e seus dois ministros mais importantes batem cabeça, o Tesouro tem de dar um jeito.
Quando se fala em "Tesouro", não está se falando de algo abstrato ou do dinheiro alheio. Está se falando do meu, do seu e do nosso suado dinheirinho. Porque nós, contribuintes e consumidores, em geral somos uma entidade só. A que paga o pato.
Ele não usa a expressão "controle de preços", mas declarou exatamente isso: "Preços administrados são preços administrados. Você administra em função do interesse estratégico da economia, dos consumidores". É a "política anticíclica".
Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem em audiência pública na Câmara que não existe nada disso de controle de preço ou de preço administrado. Mas ele se enrolou todo ao usar o exemplo da energia e desmentir, na prática, a posição do colega da Casa Civil.
A tarifa, assumiu Mantega, "subiu 18%". Em sendo assim, "cadê o represamento dos preços?".
E continuou se enrolando, ao falar sobre os R$ 13 bilhões (9 e depois mais 4) que o Tesouro tem de despejar no setor de energia para corrigir as políticas voluntaristas do governo Dilma: "No fundo, a conta é do contribuinte. (...) Pior seria colocar tudo no consumidor, diretamente".
Ou seja, nós todos vamos pagar essa continha salgada do "controle", ou da "administração", ou do "represamento" das tarifas de energia que Mercadante admite e Mantega nega.
Nenhum dos dois lembrou que Dilma fez pronunciamento na TV para gabar-se da redução da conta de luz de empresas e consumidores. E nem era por uma política "anticíclica" ou contra a inflação, mas por populismo puro e simples.
O gato comeu a intenção, o setor sofreu, os preços aumentaram e, enquanto Dilma e seus dois ministros mais importantes batem cabeça, o Tesouro tem de dar um jeito.
Quando se fala em "Tesouro", não está se falando de algo abstrato ou do dinheiro alheio. Está se falando do meu, do seu e do nosso suado dinheirinho. Porque nós, contribuintes e consumidores, em geral somos uma entidade só. A que paga o pato.
16 de maio de 2014
Eliane Cantanhede, Folha de SP
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