"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 13 de março de 2014

EXCREMENTOS PARLAMENTARES



A estratégia não é nova, mas habitual na podre politicagem brasileira. Mas que causa náusea seguida de vômito nas pessoas de bem, isso causa!.

Em Brasília (sempre Brasília), parlamentares que até bem pouco tempo (sem independência e todos submissos), integravam a base do governo, por interesses próprios e partidários, decidiram romper com o Executivo. E em represália, convocaram para depor no parlamento figuras expressivas da administração federal.

O propósito é submetê-los a interrogatório sobre graves irregularidades que teriam praticado. Irregularidades que os parlamentares delas estavam cientes, quando apoiavam o governo, mas que somente agora, em razão da ruptura, trazem à tona, ao conhecimento público  e ao crivo do interrogatório-investigativo.

PARLAMENTAR É SERVIDOR PÚBLICO

É gesto despudorado e que põe a nu o caráter, o modo de ser, sentir e agir dessa gente. Tem forte conotação (ou total identidade) de semelhança com o que fez Roberto Jefferson. Enquanto participava do esquema do “Mensalão”, calou.

Quando foi contrariado, delatou. E deu no que deu: todos estão presos. Deputado Federal e Senador, convenhamos, não deixam de ser funcionários públicos, justo por receberem salário dos cofres da República, a quem prometeram servir de forma honesta e cândida, desde quando candidatos.

E a teor do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União e do Código Penal Brasileiro, servidor público não pode se omitir diante de irregularidade de que tenha ciência e que afete o bem e o Direito Público. Tem a obrigação de denunciar e de levar o fato ao conhecimento da autoridade que lhe é superior para que promova a devida investigação.

 Caso contrário, comete crime de prevaricação. Aliás, nem precisaria existir legislação disciplinando a conduta do servidor público. O própria e natural Ética Humana é suficiente.

REAÇÃO JUSTA MAS INCOMPLETA DE RICARDO BOECHAT

Ontem, quarta-feira, quando apresentou o Jornal da Band, o sempre admirável e destemido Ricardo Boechat reagiu à torpe estratégia dos parlamentares dissidentes. Ao fechar a notícia, Boechat comentou que as autoridades intimadas e/ou convidadas nada devem temer.
Pelo contrário — disse Boechat — é a oportunidade para que eles mostrem e provem que nada houve de irregular na sua gestão e que as denúncias são infundadas.

Concordo, prezado Jornalista. Mas você não fez alusão à patifaria, à sordidez, ao despudoramento que marcam essa nefasta e imunda estratégia.
Ou seja, quando essa gente integrava a quadrilha de subservientes ao governo, todos sabiam de tudo e silenciaram.
Tanto sabiam que, ao se desligarem da base governista, se reuniram para promover os interrogatórios-investigativos justamente a respeito do que sabiam antes, mas não podiam denunciar e trazer ao conhecimento público.
Qual o rótulo? o título?  o epíteto? a qualificação? que se pode dar a tanta estupefação a não ser “EXCREMENTOS PARLAMENTARES”?

Para finalizar: por nutrir também a mais alta admiração e todo o respeito por nosso querido editor, Jornalista Carlos Newton, peço a CN que acresça a este modesto artigo suas considerações a respeito, pelo que todos nós, leitores, ficaremos agradecidos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG

O artigo do jurista Jorge Béja é irretocável. Mostra, à saciedade, a podridão e a desfaçatez dos integrantes do sistema político e administrativo do país. Como se dizia antigamente, são todos iguais: “Um pelo outro, não quero troca”. E o Judiciário, desgraçadamente, não fica para trás. Os magistrados também são servidores, mas se julgam semideuses. (C.N.)

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