O terceiro e o quarto da direita para a esquerda são o governador do Acre Tião Viana (PT) e seu irmão Jorge Viana (PT), senador por aquele estado. Eles não são engenheiros, mas entendem de uma negociata com helicópteros como ninguém. Na gestão de Jorge Viana como presidente do Conselho de Administração da Helibras, um laudo da Polícia Federal comprovou que o governo do Acre direcionou edital e inflou o preço para comprar um helicóptero desta empresa.
O Ministério Público Federal pediu a anulação do negócio e a devolução de seu valor atualizado, R$ 9,2 milhões, aos cofres públicos. A PF também constatou que o Acre pagou mais do que outros Estados pela mesma aeronave, descontados os valores de itens adicionais e treinamento de pilotos. De acordo com o laudo, o sobrepreço chegou a 38% na comparação com uma compra do governo do Espírito Santo. Isso significa que a gestão Binho Marques, o petista aliado dos Viana, pagou US$ 938 mil (R$ 1,56 milhão) a mais por seu helicóptero.
Segundo a Folha de São Paulo, o ex-governador e atual senador Jorge Viana, multiplicou seu patrimônio ao trabalhar para uma fábrica de helicópteros que fechou contrato bilionário com o governo Lula. Em 1998, o patrimônio que declarou à Justiça Eleitoral era um apartamento financiado, dois carros e três linhas telefônicas. Até 2002, seus bens pouco evoluíram. Na semana passada, Viana revelou ao TRE do Acre ter um patrimônio de R$ 2,32 milhões --um salto de 1.466% em relação a 1998.
A explicação para o sucesso de Viana é sua passagem pela Helibras, a maior fábrica de helicópteros do país. Após deixar o governo acriano, Viana, cotado para ocupar ministérios, tomou posse na presidência do conselho de administração da empresa, em Itajubá (MG), onde trabalhou entre setembro de 2007 e março último, quando deixou a empresa para disputar o Senado. A empresa é controlada pelo grupo franco-alemão EADS, que faturou 48,3 bilhões em 2008.
Jorge Viana, o primeiro à esquerda, é só sorrisos, enquanto Lula brinca de aviãozinho.
Na gestão Viana, a Helibras, no âmbito do acordo militar assinado entre Brasil e França no final de 2008, acertou vender à União 50 helicópteros de transporte, por R$ 5,1 bilhões. A agenda de Lula e o histórico do projeto feito pela STN (Secretaria do Tesouro Nacional), entregue ao Senado, mostram que Viana apresentou pessoalmente a Lula, em 13 de fevereiro de 2008, a proposta da Helibras para instalação de linha de produção de helicópteros que desse conta da encomenda. O Ministério da Defesa confirmou que Viana participou de reuniões com autoridades do governo a propósito do acordo militar.
Com o presidente da empresa.
Em 2009, a Helibras também fechou contrato com o Exército, de R$ 375 milhões, para modernizar, até 2021, 34 helicópteros.
Viana caiu nas graças do governo francês. Em novembro, foi condecorado pelo presidente Nicolas Sarkozy, em Paris. Fotos mostram que Lula participou do ato.
A "Legião de Honra" é conferida a quem contribuiu com a França nas áreas econômica, social e cultural. Ele está na primeira categoria. A Embaixada da França no Brasil confirmou que a condecoração se deveu ao trabalho de Viana na Helibras, descrita como "grande parceira econômica da França".
Viana disse que a honraria "foi uma maneira de eles homenagearem um trabalho feito que construiu o que eu chamo de "a nova Helibras'".
Ontem, Lula falou em helicópteros com drogas em discurso inflamado no I Congresso Oficial do PT Mensaleiro. Hoje, o presidente da França, François Hollande, estava no Brasil para vender os Rafale, em substituição aos velhos Mirage. Se a história se repetir...
Nenhum comentário:
Postar um comentário