Brasília - O vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), apresentou nesta segunda-feira, 9, requerimento na Casa para ouvir o delegado Romeu Tuma Junior, ex-secretário Nacional de Justiça, sobre as denúncias de que haveria uma "fábrica de dossiês" no Ministério da Justiça. As acusações estão no livro escrito por ele intitulado "Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado", que ainda não chegou às livrarias.
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O tucano pede que Tuma Junior, titular do cargo entre 2007 e 2010, apresente à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado documentos que comprovem as acusações feitas. Por se tratar de convite, o requerimento, mesmo se for aprovado, não obriga a pessoa a comparecer.
No livro, o ex-secretário do Ministério da Justiça disse ter ouvido do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, a confissão de que recursos arrecadados na Prefeitura de Santa André, na gestão do prefeito assassinado Celso Daniel (PT), alimentavam as campanhas do partido.
Em entrevista à revista Veja divulgada na semana passada, Tuma Jr. disse que recebeu ordens para "produzir e esquentar" dossiês contra adversários do governo no período em que trabalhou no Ministério da Justiça. Disse ainda ter ouvido de Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, a "confissão" de que recursos "arrecadados" em Santo André na gestão Celso Daniel alimentavam campanhas do partido. Por fim, afirmou ter encontrado uma conta nas Ilhas Cayman que teria recebido recursos do mensalão.
Na justificativa ao pedido, Álvaro Dias disse que as "revelações" feitas pelo delegado "são gravíssimas". "São revelações que mostram a apropriação da máquina do Estado por um grupo que a coloca a seu próprio serviço", disse o tucano, no requerimento.
Nota. Em meio à repercussão causada pelas declarações de Tuma Jr sobre o livro, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, divulgou uma nota oficial no sábado respondendo às acusações feitas pelo ex-secretário Nacional de Segurança em seu livro. "Repudio as acusações absolutamente falsas do senhor Romeu Tuma Júnior. Vou processá-lo imediatamente, para que ele responda na Justiça pelas calúnias que fez contra mim."
13 de dezembro de 2013
RICARDO BRITO - Agência Estado
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