SEM CHANCES! |
Agora, Lula está particularmente interessado na situação da economia, porque sabe que a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição vai depender diretamente da estabilidade do país.
Ele está mais do que convicto de que no PT a atual presidente não conquistou a menor liderança, é apenas “suportada” pelos petistas. Portanto, se a economia não deslanchar, em junho eles simplesmente dirão “é a economia, estúpida” e a mandarão passear, entronizando Lula novamente como candidato ao Planalto/Alvorada.
ECONOMIA EM CRISE
E o quadro no momento é altamente favorável a Lula. No primeiro trimestre deste ano, o Brasil teve o pior desempenho econômico entre os países membros do G20 (principais economias do mundo), segundo o mais recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado ontem.
O pior é que, de lá para cá, a situação melhorou no segundo trimestre, mas depois reverteu e o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, caiu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia admitido que no terceiro trimestre o Brasil teve o pior desempenho entre os países do G20 e do Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul). O ministro argumentou, entretanto, que os “números revisados” do PIB do segundo trimestre indicam resultado inverso, com a economia brasileira tendo crescimento maior do que os integrantes dos dois blocos.
Acontece que essa história de “números revisados” virou uma mania governamental e Mantega tem atuado mais como maquiador do que propriamente como economista, fazendo relembrar aquela velha piada de que “a estatística seria a arte de governantes torturarem os números, até que eles confessem”.
MAQUIAGEM ESTATÍSTICA
Depois que o economista Marcelo Neri, que era da Fundação Getútilo Vargas, inventou a classe média miserável, com renda de R$ 291 por mês, tudo é possível em termos de maquiagem estatística. Na ensandecida e desumana teoria de Neri, uma família de cinco membros, com renda total de R$ 1.455, deveria se considerada de classe média.
O governo ficou tão satisfeito com essa invenção de Nery que o nomeou para a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), onde ele logo começou agora a fazer novos milagres econômicos.
O primeiro deles foi anunciar que os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE confirmam que a primeira década do século 21 no Brasil foi “inclusiva” do ponto de vista social, com “robusta diminuição da desigualdade”, embora seja público e notório que a desigualdade social no Brasil só tenha aumentado.
Seria interessante se a família do economista Marcelo Neri passasse a viver com R$ 1.455 por mês, para ver se ele consideraria de classe média ou reconheceria que se tornara miserável.
13 de dezembro de 2013
Carlos Newton
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