Dirceu quer inaugurar na Papuda a primeira unidade do programa Minha Cela Melhor
Depois de nomear-se xerife de cadeia, o presidiário José Dirceu promoveu o comparsa Delúbio Soares a diretor de faxina e deu uma geral na cela S 13 da Papuda. “Nem parece prisão!”, entusiasmou-se um parente.
“Ficou um brinco!”, admirou-se uma amiga. Foi provavelmente por isso que Lula achou melhor não dar as caras por lá. Ele achou tão aconchegante uma UPA em Pernambuco que lhe bateu a vontade de ficar doente. Se visitar a atual moradia de Dirceu, pode sucumbir ao desejo de ser preso.
Animado com o sucesso de crítica, Dirceu parece ter confundido cela com casa ─ e desistiu do emprego de gerente de hotel para exercer o ofício de blogueiro num escritório instalado onde hoje fica a sala de visitas.
No mesmo dia, cancelou o contrato com o St. Peter e solicitou à Justiça permissão para dirigir da cadeia o blog em que assina artigos escritos por outros. Por enquanto, reivindica apenas um computador com acesso à internet, assinaturas gratuitas dos principais jornais (que os carcereiros devem trazer com o café da manhã) e o direito de conceder entrevistas sem pedir licença a ninguém.
Caso consiga tapear o juiz, Dirceu poderá gabar-se de ter inventado a versão carcerária do Minha Casa, Minha Vida. O segundo lote de pedidos decerto incluirá a troca da única mesa por outra mais espaçosa, um novo jogo de cadeiras, beliches tamanho família e, como a Copa vem aí, uma TV de plasma.
Então, Dilma Rousseff será convidada inaugurar, ao lado do ex-camarada de armas, a primeira unidade do Minha Cela Melhor. Se o governo infiltrar o programa entre as prioridades do PAC, e se não faltar dinheiro, meio mundo logo estará querendo viver na Papuda.
06 de dezembro de 2013
Augusto Nunes, Veja
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