PF investiga desvios de pelo menos R$ 1,8 milhão de órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Três pessoas foram presas na operação no ICMBio. Funcionária é acusada de incluir falsos beneficiários em ordens de pagamento
A servidora, de 28 anos de idade, foi indiciada por formação de quadrilha, peculato e inserção de informação falsa em banco de dados público. As investigações podem atingir outras pessoas da família da funcionária.
Ela era contratada em regime temporário e ficava responsável pela execução da folha de pagamento, com salário de R$ 4 mil por mês. Segundo a polícia, ela criou cadastros falsos de servidores com dados de parentes para simular pagamentos de salários ou de prestação de serviços. Com isso, ela conseguia fazer desvios com regularidade em valores que variavam de R$ 5 mil a R$ 29 mil por mês, de acordo com o tipo de pagamento.
O dinheiro era repassado para contas de familiares e, depois, voltava para às mãos da servidora. Pelas investigações da PF, a servidora tentava levar uma vida modesta para não despertar suspeitas, mas de vez em quando fazia algumas extravagância. Ao longo da apuração, a PF descobriu que a mulher chegou a gastar R$ 3 mil num salão de beleza em um mês. A polícia começou a investigação a partir de informações levantadas inicialmente pela auditoria interna do Instituto Chico Mendes.
Batizada de Operação Desfalco, a ação levou ao cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão temporária, e ao bloqueio judicial de nove conta correntes de sete pessoas ligadas aos investigados e familiares.
Em agosto, a Contabilidade do ICMBio acionou a PF, após um levantamento interno identificar que uma funcionária terceirizada que cuidava da folha de pagamentos teria incluindo beneficiários falsos nas ordens de pagamento do órgão, desde 2010.
“Em média eram repassados cerca de R$ 150 mil por mês para contas de familiares da funcionária, que imediatamente sacavam os valores e investiam em construções, imóveis e pagamento de despesas da família. Tudo era feito de forma a dificultar o rastreamento destes valores e evitar a recuperação do dinheiro desviado”, afirmou a PF.
A Polícia Federal investiga se todos os familiares que receberam valores em suas conta correntes sabiam do crime ou se faziam parte do esquema de ocultação. Entre as pessoas que estão sendo alvo das medidas judiciais há parentes próximos da funcionária e até um namorado.
O ICMBio é uma autarquia. Cabe ao órgão executar ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, criado para proteger o meio ambiente. O órgão também fiscaliza ações nessa área. Entre as competências está a criação de novas Unidades de Conservação.
06 de dezembro de 2013
Jailton de Carvalho - O Globo
A Polícia Federal deflagrou operação nesta sexta-feira para investigar desvios de recursos da folha de pagamentos do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e Meio Ambiente (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Segundo a PF, até o momento as investigações já identificaram desvios de aproximadamente R$ 1,84 milhão. A Polícia Federal prendeu uma servidora pública e dois tios dela acusados de desviar os recursos.
A servidora, de 28 anos de idade, foi indiciada por formação de quadrilha, peculato e inserção de informação falsa em banco de dados público. As investigações podem atingir outras pessoas da família da funcionária.
Ela era contratada em regime temporário e ficava responsável pela execução da folha de pagamento, com salário de R$ 4 mil por mês. Segundo a polícia, ela criou cadastros falsos de servidores com dados de parentes para simular pagamentos de salários ou de prestação de serviços. Com isso, ela conseguia fazer desvios com regularidade em valores que variavam de R$ 5 mil a R$ 29 mil por mês, de acordo com o tipo de pagamento.
O dinheiro era repassado para contas de familiares e, depois, voltava para às mãos da servidora. Pelas investigações da PF, a servidora tentava levar uma vida modesta para não despertar suspeitas, mas de vez em quando fazia algumas extravagância. Ao longo da apuração, a PF descobriu que a mulher chegou a gastar R$ 3 mil num salão de beleza em um mês. A polícia começou a investigação a partir de informações levantadas inicialmente pela auditoria interna do Instituto Chico Mendes.
Batizada de Operação Desfalco, a ação levou ao cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão temporária, e ao bloqueio judicial de nove conta correntes de sete pessoas ligadas aos investigados e familiares.
Em agosto, a Contabilidade do ICMBio acionou a PF, após um levantamento interno identificar que uma funcionária terceirizada que cuidava da folha de pagamentos teria incluindo beneficiários falsos nas ordens de pagamento do órgão, desde 2010.
“Em média eram repassados cerca de R$ 150 mil por mês para contas de familiares da funcionária, que imediatamente sacavam os valores e investiam em construções, imóveis e pagamento de despesas da família. Tudo era feito de forma a dificultar o rastreamento destes valores e evitar a recuperação do dinheiro desviado”, afirmou a PF.
A Polícia Federal investiga se todos os familiares que receberam valores em suas conta correntes sabiam do crime ou se faziam parte do esquema de ocultação. Entre as pessoas que estão sendo alvo das medidas judiciais há parentes próximos da funcionária e até um namorado.
O ICMBio é uma autarquia. Cabe ao órgão executar ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, criado para proteger o meio ambiente. O órgão também fiscaliza ações nessa área. Entre as competências está a criação de novas Unidades de Conservação.
06 de dezembro de 2013
Jailton de Carvalho - O Globo
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