Presidente atua para que PT fique no governo do estado até março
Cabral afirma que candidatura de Pezão ao governo é ‘irrevogável’
Cabral afirma que candidatura de Pezão ao governo é ‘irrevogável’
Empenhada em assegurar o apoio do PMDB do Rio à sua reeleição, a presidente Dilma Rousseff vai trabalhar para que o PT só entregue os cargos no governo do estado quando o governador Sérgio Cabral deixar a função, no fim de março. Segundo interlocutores da presidente, a expectativa dela é que esse movimento leve Cabral e o vice Luiz Fernando Pezão a aceitar a existência de ao menos dois palanques dilmistas no estado: o de Pezão e o do petista Lindbergh Farias.
O PT do Rio aguarda uma conversa de Lindbergh com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presidente Dilma para definir a data de saída do governo do estado. Essa negociação, no entanto, tem chances de evoluir, segundo um dos comandantes da campanha de Lindbergh. A única exigência do grupo do senador petista para se chegar a um acordo em relação à saída em março é que o PMDB pare de pedir a retirada da candidatura do PT e reconheça a legitimidade de Lindbergh se lançar na disputa.
A presidente deseja repetir com Cabral a estratégia adotada com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, meses atrás. Apesar de petistas terem passado meses pedindo que Dilma demitisse prontamente do governo federal os integrantes do PSB, a presidente aguentou a pressão para não dar motivos para que Campos justificasse sua saída da base aliada.
Agora, a presidente pretende ceder em todos os pedidos de prazo feitos por Cabral para que o governador não tenha argumentos para anunciar um rompimento com ela pela falta de apoio do PT.
Lula, que se reuniu no último sábado com a cúpula do PMDB, deixou claro que a candidatura de Lindbergh é irreversível e que não existe possibilidade de o diretório nacional do PT intervir no Rio para que o partido apoie Pezão.
Na próxima segunda-feira, a presidente vem ao Rio, e na agenda devem estar o governador e Pezão.
Enquanto isso, o senador Lindbergh não tem feito declarações. Os petistas dizem que isso foi um pedido de Lula para apaziguar os ânimos.
Na reunião que Lula e Dilma tiveram em Brasília com as cúpulas do PT e do PMDB para falar sobre os palanques em estados onde os dois partidos enfrentam problemas, a ordem foi para baixar a bola e evitar trocas de farpas que possam abalar as negociações e a aliança nacional.
Cabral afirma que candidatura de Pezão ao governo é ‘irrevogável’
O governador Sérgio Cabral (PMDB) reafirmou ontem a pré-candidatura de seu vice-governador, Luiz Fernando Pezão, para sucedê-lo em 2014.
— O Pezão é o nome mais preparado e em condições de dar continuidade às conquistas do estado nestes últimos sete anos. Isso é irrevogável, ele é o nosso candidato — disse Cabral, em evento no Palácio Guanabara.
Nos bastidores, petistas e peemedebistas dizem que o anúncio feito por Cabral de que pretende concorrer ao Senado ano que vem foi uma decisão acertada com o ex-presidente Lula. Assim, Lula teria argumento para segurar o partido no governo do estado até março, quando Cabral sai. Com esse gesto, os dois buscam evitar o rompimento com a esperança de que as duas siglas estejam juntas na eleição do ano que vem no estado.
Segundo aliados e adversários de Cabral, com esse acordo, se Pezão não deslanchar nas pesquisas de intenção de voto, a cabeça de chapa ficaria com o pré-candidato petista, senador Lindbergh Farias, e Cabral seria o candidato ao Senado.
06 de dezembro de 2013
PAULO CELSO PEREIRA e JULIANA CASTRO - O Globo
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