"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

DILMA TENTA ATRASAR A SAÍDA DO PT DO GOVERNO DO RIO PARA TER DOIS PALANQUES NO ESTADO

Presidente atua para que PT fique no governo do estado até março
Cabral afirma que candidatura de Pezão ao governo é ‘irrevogável’



A presidente Dilma Rousseff busca estratégia para manter o apoio do PMDB do governador Sérgio Cabral Foto: Gabriel de Paiva / O Globo / 11-09-2013
A presidente Dilma Rousseff busca estratégia para manter o apoio do PMDB do governador Sérgio CabralGABRIEL DE PAIVA / O GLOBO / 11-09-2013
 
Empenhada em assegurar o apoio do PMDB do Rio à sua reeleição, a presidente Dilma Rousseff vai trabalhar para que o PT só entregue os cargos no governo do estado quando o governador Sérgio Cabral deixar a função, no fim de março. Segundo interlocutores da presidente, a expectativa dela é que esse movimento leve Cabral e o vice Luiz Fernando Pezão a aceitar a existência de ao menos dois palanques dilmistas no estado: o de Pezão e o do petista Lindbergh Farias.
 
O PT do Rio aguarda uma conversa de Lindbergh com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presidente Dilma para definir a data de saída do governo do estado. Essa negociação, no entanto, tem chances de evoluir, segundo um dos comandantes da campanha de Lindbergh. A única exigência do grupo do senador petista para se chegar a um acordo em relação à saída em março é que o PMDB pare de pedir a retirada da candidatura do PT e reconheça a legitimidade de Lindbergh se lançar na disputa.
 
A presidente deseja repetir com Cabral a estratégia adotada com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, meses atrás. Apesar de petistas terem passado meses pedindo que Dilma demitisse prontamente do governo federal os integrantes do PSB, a presidente aguentou a pressão para não dar motivos para que Campos justificasse sua saída da base aliada.
 
Agora, a presidente pretende ceder em todos os pedidos de prazo feitos por Cabral para que o governador não tenha argumentos para anunciar um rompimento com ela pela falta de apoio do PT.
 
Lula, que se reuniu no último sábado com a cúpula do PMDB, deixou claro que a candidatura de Lindbergh é irreversível e que não existe possibilidade de o diretório nacional do PT intervir no Rio para que o partido apoie Pezão.
 
Na próxima segunda-feira, a presidente vem ao Rio, e na agenda devem estar o governador e Pezão.
 
Enquanto isso, o senador Lindbergh não tem feito declarações. Os petistas dizem que isso foi um pedido de Lula para apaziguar os ânimos.
 
Na reunião que Lula e Dilma tiveram em Brasília com as cúpulas do PT e do PMDB para falar sobre os palanques em estados onde os dois partidos enfrentam problemas, a ordem foi para baixar a bola e evitar trocas de farpas que possam abalar as negociações e a aliança nacional.
 
Cabral afirma que candidatura de Pezão ao governo é ‘irrevogável’
O governador Sérgio Cabral (PMDB) reafirmou ontem a pré-candidatura de seu vice-governador, Luiz Fernando Pezão, para sucedê-lo em 2014.
 
— O Pezão é o nome mais preparado e em condições de dar continuidade às conquistas do estado nestes últimos sete anos. Isso é irrevogável, ele é o nosso candidato — disse Cabral, em evento no Palácio Guanabara.
 
Nos bastidores, petistas e peemedebistas dizem que o anúncio feito por Cabral de que pretende concorrer ao Senado ano que vem foi uma decisão acertada com o ex-presidente Lula. Assim, Lula teria argumento para segurar o partido no governo do estado até março, quando Cabral sai. Com esse gesto, os dois buscam evitar o rompimento com a esperança de que as duas siglas estejam juntas na eleição do ano que vem no estado.
 
Segundo aliados e adversários de Cabral, com esse acordo, se Pezão não deslanchar nas pesquisas de intenção de voto, a cabeça de chapa ficaria com o pré-candidato petista, senador Lindbergh Farias, e Cabral seria o candidato ao Senado.
 
06 de dezembro de 2013
PAULO CELSO PEREIRA e JULIANA CASTRO - O Globo

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