O vídeo avisa: não há diferença entre o bando que uiva em defesa dos petistas presos e uma torcida de time de cadeia
No vídeo gravado na noite de sexta-feira, o que o companheiro Rui Falcão chama de “a militância do PT” mostra a sua cara. Perto da entrada da sede da Polícia Federal em São Paulo, menos de 20 devotos da seita estão enfurecidos com a punição aplicada a José Dirceu e José Genoino. Além do resgate dos ídolos sessentões, querem a condenação à danação eterna dos juizes que ousaram castigá-los. Tampouco admitem que a chegada dos pecadores do mensalão ao presídio seja noticiada ao vivo por profissionais da imprensa.
Os quadrilheiros que tramaram o assassinato do estado de direito imaginam que os brasileiros não passam de um bando de idiotas. Zombaram da Justiça e debocharam da imensidão de gente que presta. Mas não aceitam o tratamento dispensado a bandidos comuns. Filmá-los na traseira do um camburão é humilhação insuportável. para meliantes da primeira classe. Isso não se faz com “guerreiros do povo brasileiro”. que no momento tentam aprender a escalar beliches. São heróis perseguidos, deliram em coro os assombros da fauna destes trêfegos trópicos que vêm e vão diante da câmera.
Uns estão à beira de um ataque de nervos, outros já se metamorfosearam num copo até aqui de cólera. Num brilho homicida no canto do olhar, é possível enxergar-se em toda a sua repulsiva inteireza a intolerância dos autoritários sem cura. É a face horrível. Num bemol perdido num uivo selvagem é possível ouvir nitidamente os sons do primitivismo. É o ronco ancestral do brucutu das cavernas. A tribo da estrela foi dizimada pela necrose moral, e a agonia é irreversível. Os militantes do PT, quem diria, agora parecem torcedores de time de cadeia. Parecem e são.
20 de novembro de 2013
Augusto Nunes - Veja
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