França vai propor resolução à ONU sobre armas químicas da Síria
Damasco enfrentará consequências graves se forem violadas condições
Damasco enfrentará consequências graves se forem violadas condições
A Síria aceitou a proposta da Rússia de colocar seu arsenal de armas químicas sob controle internacional como forma de evitar um ataque militar das potências ocidentais, informou a agência Interfax nesta terça-feira, citando o chanceler sírio, Walid al-Moualem. Mais cedo, Moscou disse que estava costurando um plano próprio com Damasco, que seria apresentado em breve a outras nações. A França, por sua vez, apresentará ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução que define as condições para o desarmamento do regime de Bashar al-Assad. E advertiu que é preciso estar “extremamente vigilante” para evitar uma manobra de Assad, chamando atenção para a “inesperada disposição do regime sírio em negociar”.
Durante uma coletiva de imprensa em Paris, o chanceler Laurent Fabius afirmou que a resolução, sob o Capítulo 7 da Carta da ONU, cobrindo uma possível ação militar e não militar para restaurar a paz, alerta para consequências “extremamente graves” para a Síria se forem violadas essas condições.- Fizemos uma rodada muito proveitosa de conversações com o chanceler Sergei Lavrov ontem, e ele propôs uma iniciativa relativa às armas químicas. E, à noite, concordamos com a iniciativa russa - disse o ministro Walid al-Moualem.
A resolução que o governo de François Hollande vai apresentar às Nações Unidas se articula em cinco pontos fundamentais. De acordo com o chanceler, a Síria deverá informar o tamanho de seu programa químico e punir o responsável pelos ataques em 21 de agosto, que, segundo o governo americano, mataram mais de 1.400 pessoas, incluindo 400 crianças. Para o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, a aceitação por Damasco da proposta de desarmamento prova que “a pressão internacional tem funcionado”.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, ressalvou nesta terça-feira que a proposta, que foi anunciada por ele na segunda-feira, não era somente russa e surgiu durante contatos com os Estados Unidos. E afirmou que estava trabalhando com a Síria num plano para efetivar a proposta.
- A Rússia está agora em contato com a Síria para trabalhar no desenvolvimento de um plano viável, preciso e concreto - disse Lavrov, acrescentando que o plano será apresentado em breve.
10 de setembro de 2013
O GLOBO
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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