O presidente Barack Obama acredita, ou finge acreditar, que uma intervenção militar americana, ou em coalizão, deverá solucionar o impasse na Síria, cujo governo está sendo acusado, sem provas inequívocas, de empregar armas químicas, proibidas por acordos internacionais, contra a população civil.
Assim mesmo, procura uma cumplicidade com o Congresso de seu país e tenta estimular favoravelmente a respectiva opinião pública.
O fato concreto, no entanto, é que, até agora, não logrou êxito em nenhuma das tentativas, o que o coloca numa situação extremamente incômoda.
Talvez o insucesso tenha origem exatamente na falta de transparência em relação aos verdadeiros motivos, não revelados ao público, que estão levando a Casa Branca a insistir na ação militar.
Como tais causas não estão sendo explicitadas, é natural que germinem no espírito do povo americano, já escaldado pelas desastrosas incursões no Afeganistão e no Iraque, as mais diversas especulações, gerando um descompasso entre a força do argumento e o argumento da força.
Esperemos que o Presidente Obama demonstre sabedoria e consiga criar canais mais claros de comunicação com a sua sociedade, agindo com energia e determinação se assim ditarem as circunstâncias e recuando de posicionamentos engessados, se necessário.
10 de setembro de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-mar-e-guerra, reformado.
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