Os cientistas diziam que a ciência cuidava do estudo da matéria, e que as religiões e os teólogos cuidavam do espírito. Foi Kardec que deu o primeiro passo para acabar com essa divisão entre a ciência e as religiões. Cientista que era, interessou-se por estudar os fenômenos que envolvem espíritos, que, com exceção dos espíritas, são denominados errada e supersticiosamente de sobrenaturais.
O espiritismo prega uma imortalidade dinâmica dos espíritos que, exatamente por serem imortais, se comunicam conosco. Já o cristianismo tradicional, de mãos dadas com o materialismo, age como se enterrasse não só os corpos dos que morrem, mas também os seus espíritos, pois têm horror por esse assunto! Mas eles só saem do corpo que volta ao seu pó (Gêneses 3: 19; e Eclesiastes 12:7). A Bíblia e as outras escrituras sagradas ensinam a realidade da comunicação dos espíritos dos mortos com os vivos. E se Moisés, não Deus, em Deuteronômio capítulo 18, proíbe o contato com os espíritos dos mortos, é porque tal contato existe mesmo, ou Moisés era doido de proibir o que não existe?
PROIBIÇÃO
Essa sua proibição se deve ao fato de as pessoas do seu tempo, de um modo geral, não estarem preparadas para a prática da mediunidade, ou faziam comércio com ela. E o próprio espiritismo recomenda, hoje, que não se pratique a mediunidade sem um conhecimento profundo do assunto.
Mas Moisés até elogia os profetas (a partir de Kardec, se diz médiuns) Medade e Heldade, os quais estavam recebendo espíritos que profetizavam através deles (Números 11: 24 a 30).
Diz a Bíblia (Eclesiástico 46: 20) que Samuel profetizou até depois de morto, ou seja, já desencarnado! E Jesus e os médiuns ostensivos ou especiais Pedro, João e Tiago receberam a comunicação de Elias e Moisés que tinham vivido, já havia séculos, aqui na Terra. São Paulo nos mostra também essa prática da mediunidade: “Ó Deus, Senhor da glória, enviai-nos um espírito de sabedoria” (Efésios 1: 17). Prezados leitores, confiram esse assunto, também, nos capítulos 12, 13 e 14 de 1 Coríntios.
Mas os padres e, mais tarde, os pastores, usurparam o lugar dos médiuns,
endemoninhando-os, perseguindo-os, anatematizando-os, e até os condenando à morte. É que esses dirigentes religiosos queriam e querem ser os maiorais perante as suas comunidades!
EM MUTAÇÃO
As religiões, no terceiro milênio, estão em mutação, pois as pessoas de hoje, cada vez mais, querem, como se diz, o preto no branco. Elas querem constatar o que é mesmo a sua crença, interpretando-a bem, e não raro, passam a contestá-la e a adotar outras crenças mais racionais.
E assim é que, hoje, muitas pessoas não se contentam com uma só religião, o que, aliás, é até bom!
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