Eduardo Saboia, o diplomata responsável pela retirada do senador boliviano Roger Molina da embaixada brasileira em La Paz, evita a todo custo fulanizar os episódios de contato com Brasília, mas diz que as mensagens oficiais eram enviadas diretamente ao gabinete de Antonio Patriota.
Saboia também revela que, pouco antes da operação extra-oficial para levar Molina a território brasileiro, deu uma indicação ao Itamaraty sobre o que estava prestes a fazer.
- Eu mandava as informações para o gabinete do ministro. Imagino que a maioria chegava até ele. E na própria semana em que retiramos o senador de lá, cerca de dois dias antes, eu fiz novo comunicado e disse que, do jeito que a coisa estava, eu teria de tomar uma decisão.
Saboia não diz se detalhou aos superiores o que passava em sua cabeça. Confirma a versão de Molina de que o ministério comandado por Patriota não permitia sequer que um médico fosse autorizado a ver o senador.
Resume Saboia:
- Eu tinha autorização para liberar a entrada dos advogados e da filha dele. Mais ninguém.
Saboia não anda disposto a ouvir a versão de que a turbulenta relação do Brasil com o governo Evo Morales já seria um elemento suficiente para convencê-lo a jamais optar pela decisão que tomou.
Pelo contrário, argumenta Saboia:
- O clima era ruim, claro, mas justamente por causa da situação em que se encontrava o senador Molina.
04 de setembro de 2013
Lauro Jardim- Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário