Maneja-se o argumento de que é injusto prender Lula e não prender outros envolvidos nos escândalos da Lavajato, a exemplo de Aécio Neves, como se a situação processual de ambos fosse a mesma e tivesse sob o crivo do mesmo juízo.
O processo de Lula foi concluído com celeridade porque, sem foro privilegiado, o julgamento ficou a cargo do juiz Sérgio Moro. Se o líder petista fosse deputado federal ou senador, estaria tranquilo, com a ação penal se arrastando no Supremo Tribunal Federal.
Não se sustenta o argumento de que é injusto prender um e não prender os demais em situação semelhante, porque não é o que acontece na vida real.
Digamos que houve uma série de arrombamentos na cidade. Ladrões diferentes agiram em vários bairros. Após investigações, a Polícia prendeu cinco, mas outros cinco escaparam. Os parentes dos que caíram nas garras policiais reclamarão de injustiça porque os demais continuam soltos, enquanto seus entes queridos foram presos?
Se não tivessem foro privilegiado, certamente não estariam soltos e à vontade parlamentares que enchem a veia do pescoço e falam em democracia como o direito de um homem só.
06 de abril de 2018
Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor.
O processo de Lula foi concluído com celeridade porque, sem foro privilegiado, o julgamento ficou a cargo do juiz Sérgio Moro. Se o líder petista fosse deputado federal ou senador, estaria tranquilo, com a ação penal se arrastando no Supremo Tribunal Federal.
Não se sustenta o argumento de que é injusto prender um e não prender os demais em situação semelhante, porque não é o que acontece na vida real.
Digamos que houve uma série de arrombamentos na cidade. Ladrões diferentes agiram em vários bairros. Após investigações, a Polícia prendeu cinco, mas outros cinco escaparam. Os parentes dos que caíram nas garras policiais reclamarão de injustiça porque os demais continuam soltos, enquanto seus entes queridos foram presos?
Se não tivessem foro privilegiado, certamente não estariam soltos e à vontade parlamentares que enchem a veia do pescoço e falam em democracia como o direito de um homem só.
06 de abril de 2018
Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor.
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