Ex-presidente Lula tem enfrentado protestos e momentos de tensão durante sua caravana no Sul |
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira (20), em Santa Maria (RS), ruralistas que organizaram ao menos um protesto contra sua passagem pelo Rio Grande do Sul.
Ele também voltou a atacar a Operação Lava Jato.
Lula falou pouco do processo do tríplex, que pode levá-lo à prisão, e insinuou que o juiz Sergio Moro, os desembargadores que o condenaram em segunda instância e os procuradores do Ministério Público não têm"10% da honestidade" que ele tem.
"Se juntar todos os meus acusadores... Aqui do Rio Grande do Sul os três que me julgaram, o Moro, o Ministério Público da Lava Jato, a Polícia Federal, colocar numa prensa e espremer, o que sobrar não tem 10% da honestidade que eu tenho", discursou.
Os desembargadores Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus, do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), condenaram Lula por unanimidade a uma pena de 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Eles ainda vão julgar um recurso que, depois de analisado, pode levar Lula para a cadeia.
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"Se juntar todos os meus acusadores... Aqui do Rio Grande do Sul os três que me julgaram, o Moro, o Ministério Público da Lava Jato, a Polícia Federal, colocar numa prensa e espremer, o que sobrar não tem 10% da honestidade que eu tenho", discursou.
Os desembargadores Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus, do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), condenaram Lula por unanimidade a uma pena de 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Eles ainda vão julgar um recurso que, depois de analisado, pode levar Lula para a cadeia.
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Sobre os ruralistas, o ex-presidente também foi duro. Disse que não eram "agradecidos" por políticas de incentivo dos governos petistas e "passam o tempo todo falando mal" do partido.
Lula ainda criticou a forma como fazendeiros supostamente tratam seus funcionários. "Se eles tratassem os empregados como tratam os cavalos, os empregados estariam muito bem de vida", afirmou Lula. "Essa gente derrubou a Dilma e essa gente não quer que eu volte."
Segundo Lula, "eles" não querem a volta do PT por causa de políticas como o aumento anual do salário mínimo e porque os governos petistas "colocaram filho de pobre na universidade".
Lula discursou para centenas de pessoas em ato público no bairro Nova Santa Marta, antigamente uma ocupação de movimentos por direito à moradia, encerrando o segundo dia da caravana pela região Sul.
Caravana sob tensão
Dominado por apoiadores de Lula, o evento desta noite marcou um momento de tranquilidade para uma viagem que, até o momento, tem sido marcada pela tensão entre militantes favoráveis e contrários ao ex-presidente.
Hoje mais cedo, em Santa Maria, militantes pró e contra Lula trocaram xingamentos e empurrões enquanto o ex-presidente se reunia com reitores e diretores de instituições federais na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria).
Ontem, em Bagé (RS), o petista se viu obrigado a discursar a poucos metros de um protesto organizado por ruralistas contra sua presença na cidade.
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse à imprensa pouco antes do discurso de Lula nesta noite que o partido pediu a autoridades federais e gaúchas reforço para a segurança da caravana. Ela falou em ataques de "milícias armadas de extrema-direita". Policiais que escoltavam a caravana levaram dois militantes contrários a Lula para uma delegacia de Santa Maria por estarem com duas caixas de morteiros.
Amanhã, Lula segue para São Borja (RS). A viagem pelo Sul está prevista para se encerrar em Curitiba, no dia 28.
21 de março de 2018
Bernardo Barbosa
Do UOL, em Santa Maria (RS)
Do UOL, em Santa Maria (RS)
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