Em pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria, reportagem de Eduardo Barreto, O Globo desta sexta-feira, o Ibope revela que o governo Michel Temer bateu o recorde de rejeição junto à opinião pública numa escala de 77% contra apenas uma aprovação de 3 pontos. O fato é espantoso, sobretudo porque ele assinala uma rejeição crescente ao presidente da República e ao seu desempenho à frente do Poder Executivo.
Comparando-se o resultado de pesquisa semelhante realizada a 27 de julho verifica-se um crescimento na escala de 7%. Mas não é só. A percentagem de 59% acentua que a maioria da população considera a administração Temer pior que a da ex-presidente Dilma Rousseff.
INSATISFAÇÃO RECORDE – Portanto não se trata apenas de uma insatisfação referente somente ao atual governo. Mas sim uma rejeição comparativa a um governo, o de Dilma Rousseff, que até ontem era considerado o pior dos últimos tempos. Agora o título de pior dos últimos tempos foi transferido para Michel Temer.
O Estado de São Paulo e o Valor, também nas edições de sexta-feira, publicaram o resultado da pesquisa. Os números publicados ontem coincidem com os da pesquisa da MDA divulgada no início da semana e realizada por iniciativa da Confederação Nacional dos Transportes.
Os números convergem e se confirmam entre si. A situação do Palácio do Planalto é das piores dos últimos tempos. Tempestade à vista principalmente numa fase que antecede a apreciação da segunda denúncia contra o Presidente da República aceita pelo STF e encaminhada a uma nova apreciação por parte da Câmara dos Deputados.
DESGASTE MAIOR – O Presidente Michel Temer passa assim a ter mais motivos para se preocupar, embora dificilmente as oposições alcançarão a maioria de 342 votos para submetê-lo ao julgamento da Corte Suprema. Difícil, porém desgastante para a imagem do Executivo junto à opinião pública brasileira.
A tempestade desta feita atinge também os Ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Tem-se a impressão de que s dependesse do STF, os três personagens seriam levados a julgamento.
Por falar em julgamento o Supremo deverá apreciar na próxima quarta-feira o recurso do Senador Aécio Neves contra a decisão da primeira turma que, por 3 votos a 2 o afastou do exercício do mandato. Na minha impressão o Senado não vai votar matéria contra o STF e sim esperar pela decisão da Corte sobre o recurso do senador.
SEM REVISÃO – Dentro desse panorama devemos admitir que o Supremo dificilmente poderá rever, no Plenário de seus 11 ministros, a decisão dos cinco integrantes na Primeira Turma.
Isso porque qualquer revisão por parte do STF refletiria negativamente em sua imagem institucional. Poderia parecer medo de que o Senado votasse uma resolução anulando o julgamento preliminar.
Nesta altura dos acontecimentos, em plena tempestade, o mais lógico é que o medo se limite aos ocupantes do Palácio do Planalto.
30 de setembro de 2017
Pedro do Coutto
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