O doleiro Lúcio Bolonha Funaro contratou o advogado Antônio Figueiredo Basto para intermediar um acordo de delação premiada entre ele e a Procuradoria-Geral da República. Basto é o advogado com o maior número de acordos de delação obtidos desde o início da Operação Lava-Jato. Nos primeiros contatos com vistas à colaboração, Funaro teria sinalizado com informações que podem turbinar as investigações sobre os vínculos entre o presidente Michel Temer, o ex-assessor Rocha Loures e o ex-deputado Eduardo Cunha, entre outros políticos supostamente ligados ao mesmo grupo.
As tratativas para o acordo estão avançando. Cogita-se, neste momento, transferir Funaro do presídio da Papuda para uma cela na Polícia Federal ou em outro lugar onde possa definir com Basto os anexos da delação a serem apresentados aos procuradores responsáveis pela Lava-Jato em Brasília.
ADVOGADOS – Antes de partir para contratar Basto e tentar a delação, Funaro conversou longamente sobre o assunto como advogado Bruno Espiñeira Lemos, que era até então era seu principal advogado.
Na conversa, ficou acertado que Espiñeira se manterá como advogado responsável pela defesa nos casos já em andamento. Caberá a Basto levar adiante as negociações com vista ao acordo.
A aproximação com Basto já teve um impacto. Na semana passada, o advogado César Bitencourt anunciou que deixaria a defesa de Funaro porque o operador resolvera fazer delação. A decisão do operador o colocaria em conflito com outros clientes. Bitencourt é advogado de Rocha Loures e trabalha para que o ex-assessor de Temer não faça delação.
EM NOME DE TEMER – Loures é acusado de receber propina em nome de Temer. O nome dele apareceu numa conversa entre o presidente e o empresário Joesley Batista, dono da JBS, em 7 de março deste ano, no Palácio do Jaburu. Na conversa, Temer indica Loures como interlocutor dele com liberdade para conversar “tudo” com Batista. Nos dias seguintes ao diálogo, Loures foi gravado negociando decisões e cargos estratégicos do governo com Batista e, em seguida, filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil de Ricardo Saud, um dos operadores da propina da JBS.
O caso está sendo investigado em inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Edson Fachin a partir de um pedido do procurador-geral Rodrigo Janot. Temer e Loures são investigados por corrupção, obstrução de justiça e organização criminosa.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como se diz no jogo-do-bicho, Temer está cercado pelos sete lados. Funaro é conhecido por ser organizado, fazer anotações e guardar recibos. Antes de Eduardo Cunha ser preso, Funaro e ele se reuniam diariamente para organizar esse material e pressionar Temer e os caciques do PMDB a defendê-los. É esse material que o doleiro vai usar para conquistar a delação premiada. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como se diz no jogo-do-bicho, Temer está cercado pelos sete lados. Funaro é conhecido por ser organizado, fazer anotações e guardar recibos. Antes de Eduardo Cunha ser preso, Funaro e ele se reuniam diariamente para organizar esse material e pressionar Temer e os caciques do PMDB a defendê-los. É esse material que o doleiro vai usar para conquistar a delação premiada. (C.N.)
14 de junho de 2017
Deu em O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário