"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

PIADA DO ANO - OFENSIVA CONTRA A LAVA JATO CONSTRANGE E PREOCUPAM O PLANALTO


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Charge do Casso, reproduzida do Portal UOL
O Planalto quer conter os ânimos dos aliados, especialmente do PMDB, que insistem em impor barreiras à Operação Lava-Jato. Pessoas próximas ao presidente Michel Temer ficaram surpresas com a proposta de emenda constitucional (PEC) sugerindo que os comandantes da Câmara e do Senado não poderiam responder por atitudes praticadas antes de assumir o posto. Interlocutores de Temer e do presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), agiram e Jucá recuou.
O governo ainda assimila o desgaste com a nomeação de Moreira Franco como ministro da Secretaria-Geral da Presidência. A permanência de Moreira, com a manutenção do foro privilegiado, só veio após uma decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal. Foi, no entanto, uma decisão liminar e que poderá ainda ser analisada pelo plenário do STF, caso algum ministro requisite ou os autores das ações — PSol e Rede — solicitem isso.
MUITO DESGASTE – “Chega, já está bom o desgaste, né? Mas é algo difícil de controlar, porque não é só o PMDB que deseja isso. É um desejo de muita gente naquele Congresso”, reconheceu um aliado de Temer com trânsito livre no Congresso. A avaliação não é equivocada. Dos últimos 10 presidentes da Câmara, oito têm seus nomes citados na Lava-Jato. No Senado, os últimos sete — incluindo o atual Eunício e o governador do Acre, Tião Viana (PT) — também foram mencionados ou estão sob alvo de investigação.
O que mais assustou o governo em relação à PEC é que ela não foi proposta por um parlamentar qualquer. A ideia partiu do líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), um senador com ligações irrefutáveis com a gestão Temer (leia entrevista na página 3).
Na segunda-feira, após as avaliações generalizadas, especialmente no mercado, de que agia para salvar aliados investigados na Lava-Jato, Temer foi obrigado a se pronunciar, estabelecendo uma linha de corte clara: ministros citados estão garantidos; investigados serão afastados; e os que se tornarem réus, exonerados sumariamente.
JUCÁ HOSTILIZADO – Temer quer evitar problemas. O próprio Jucá foi hostilizado quinta-feira, ao desembarcar no aeroporto de Boa Vista. Aos gritos e palavrões, manifestantes lembraram o envolvimento dele no esquema investigado pela Operação Lava-Jato e reclamaram da PEC.
A assessoria do senador informou que ele foi “agredido verbalmente” pelo candidato derrotado à Prefeitura de Boa Vista em 2016 Jefferson Alves. Segundo a assessoria do parlamentar, Jefferson Alves estava esperando o ex-senador Telmário Mota (ex-PDT), adversário político do peemedebista que desembarcava no mesmo voo de Jucá.
FORO PRIVILEGIADO – O assunto Moreira teve o condão de reavivar o debate em torno do foro privilegiado. O virtual ministro da Justiça, Carlos Velloso, já admitiu, em entrevista ao Correio na série #xôprivilégio, ser contra qualquer tipo de proteção a autoridades públicas que pratiquem crimes. Repetiu ontem, em entrevista a uma rádio, que a medida não é republicana, por privilegiar um grupo de pessoas perante outras.
O ministro do STF Luis Roberto Barroso também suscitou o debate na Corte, ao afirmar justamente o oposto da PEC pensada originalmente por Jucá. Barroso propõe que os crimes cometidos por políticos antes dos respectivos mandatos devem ser julgados em primeira instância, não no Supremo.
Levantamento feito pelo Correio em 2016 mostrou que pelo menos seis dos 10 ministros já declararam publicamente o desejo de modificar o privilégio. São eles: Cármen Lúcia, presidente do órgão; Luís Roberto Barroso, que propõe uma vara especializada em Brasília; Marco Aurélio; Gilmar Mendes; Ricardo Lewandowski; e Celso de Mello. Morto em janeiro após um acidente aéreo, Teori Zavascki também era contra o privilégio.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A matéria é interessante, mais a versão de que o governo está “preocupado” com a investida do PMDB contra a Lava Jato é uma conversa fiada, candidatura forte à Piada do Ano. O Planalto está preocupado é com a crescente possibilidade de tal iniciativa dar errado e prejudicar ainda mais Temer & Cia. Ilimitada. E parece que a nomeação de Carlos Velloso também está se transformando em armação, mas pode dar errado e o ex-ministro aceitar o convite. Temer então terá de engolir, e a Lava Jato sairá fortalecida. Tudo é possível(C.N.)

17 de fevereiro de 2017
postado por m.americo

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