"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

DEPUTADO E PAI SENADOR TÊM R$ 10,2 MILHÕES BLOQUEADOS PELA LAVA JATO

AÇÃO VOLTA A LIGAR ARTHUR LIRA E BENEDITO DE LIRA AO PETROLÃO
PAI E FILHO SÃO ACUSADOS DE TER RECEBIDO R$ 2,6 MILHÕES EM PROPINA DO ESQUEMA DO PETROLÃO

O senador Benedito de Lira (PP-AL) e seu filho, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), foram alvo de novo sequestro de bens decorrente da investigação da Força-tarefa da Operação Lava Jato. Pai e filho tiveram R$ 10,4 milhões em bens bloqueados, em decisão liminar da 11ª Vara da Justiça Federal do Paraná, em resposta ao pedido da Advocacia Geral da União (AGU).

O bloqueio foi solicitado em ação por improbidade administrativa que tramita em segredo de justiça, movida pela AGU em dezembro de 2016. No processo, também é requerida a perda dos mandatos e dos direitos políticos da dupla por até dez anos. Arthur Lira é líder do PP na Câmara Federal e presidiu a Comissão Mista de Orçamento do Congresso, no último ano legislativo de 2016.
ARTHUR LIRA VISITOU O APARTAMENTO DE YOUSSEF EM SP

Os motivos da ação são indícios de que o senador Biu de Lira e o deputado Arthur Lira teriam sido beneficiados por R$ 2,6 milhões em recursos desviados da Petrobras, no esquema conhecido como petrolão. Os recursos convertidos em doações de suas campanhas em Alagoas, segundo a AGU, seriam propina doada pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, e pelo doleiro Alberto Youssef.

O montante bloqueado ultrapassa o valor do suposto desvio, porque a AGU e a Justiça Federal do Paraná entenderam que é preciso garantir o ressarcimento e a multa solicitada na ação de improbidade.

STF FEZ O PRIMEIRO

Este é o segundo bloqueio nas contas da dupla. O primeiro sequestro de bens, no valor de R$ 4,2 milhões, foi feito há um ano pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, decorrente de denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR), formulada em setembro de 2015, como resultado das delações do ex-diretor de Abastecimento da Patrobras, Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef e do ex-presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa.

A defesa de ambos aguardam manifestação da Justiça Federal a respeito do recurso contra o bloqueio de bens, apresentado na última quarta-feira (15).

A ação civil da AGU contra Benedito de Lira e Arthur Lira é parte de um esforço da instituição e da Força-tarefa da Lava Jato, que já totaliza pelo menos 12 processos na esfera cível, cobrando cerca de R$ 26 milhões de denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF).

O MPF pediu à Justiça Federal do Paraná a anulação de benefícios da delação premiada de um dos delatores da dupla alagoana, Paulo Roberto Costa, porque este teria mentido sobre um saque feito pela sua filha, Arianna, de sua empresa. Mas não há informações sobre qualquer relação com os fatos relativos a Benedito de Lira e Arthur Lira.

CONTRAPONTO

O escritório Arns de Oliveira e Andreazza, com sede em Curitiba, contratado para defender Benedito de Lira e Arthur Lira na ação de improbidade que bloqueou mais R$ 10,2 milhões da dupla, informou que não se pronunciará sobre o caso, devido à tramitação do processo em segredo de justiça.

Já o defensor do senador Benedito de Lira junto ao STF, o advogado Cléber Lopes, disse que seu cliente é inocente. “O senador Benedito de Lira é inocente. As doações recebidas pelas campanhas do meu cliente foram lícitas e todas declaradas ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, disse o advogado.


17 de fevereiro de 2017
davi soares
diário do poder

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