A candidata Marine Le Pen, preferida da direita na eleição presidencial da Franca, se recusou a usar o véu para se reunir com o mufti da República do Líbano em Beirute.
Na manhã desta terça-feira, a presidente da Frente Nacional (FN) chegou para se reunir com o xeique Abdelatif Derian em seu gabinete de Aicha Bakkar, recebeu um véu. Em resposta, ela disse: “Transmita ao grande mufti minha consideração, mas não usarei um véu.” Ela deixou o local imediatamente.
“Ontem indiquei que não colocaria um véu. Não cancelaram o encontro. Acreditei, portanto, que aceitariam que não usasse um véu (…) Tentaram me impor isso”, disse Le Pen aos jornalistas. O Dar al-Fatwa, maior autoridade sunita no Líbano, declarou nesta em um comunicado que “seu gabinete havia informado a candidata presidencial sobre a necessidade de cobrir a cabeça durante sua reunião com sua eminência (o mufti), segundo o protocolo de Dar al-Fatwa.” Cinicamente, a instituição se declarou “surpresa por esta rejeição a se conformar a uma norma bem conhecida” e lamentou este “comportamento inadequado.”
Pulando a conversa fiada sobre isso ser desrespeitoso ou não – porque é claro que não é – o fato é que Le Pen, na prática, deu um baile nas ministras suecas que se dizem feministas e independentes, mas que se rebaixaram a usar hijabs em sua visita ao Irã, respeitando uma tradição da religião mais misógina do mundo.
21 de fevereiro de 2017
ceticismo político
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