O governo do Sudão do Sul declarou que moradores de grandes áreas do país estão passando fome e morrendo de desnutrição no país. Uma declaração oficial realizada por autoridades admitindo este tipo de calamidade não ocorria no mundo há 6 anos. Recentemente, têm havido alertas de riscos de mortes massivas por desnutrição em países como Yemen, Somália e o noroeste da Nigéria, mas foi o novo país nascido da divisão do Sudão quem o fez primeiro.
O Jornal Nacional trouxe ontem uma breve reportagem:
Cem mil pessoas não têm absolutamente nada para comer. Um milhão são classificadas à beira da fome e cinco milhões vivem em estado de insegurança alimentar, que representam mais de 40% da população.
Duzentas e cinquenta mil crianças já estão gravemente desnutridas e mais de um milhão vão ficar em pouco tempo.
O Sudão do Sul foi fundado e se tornou viável graças, em boa parte, ao envolvimento direto do ex-presidente dos EUA George W. Bush. Seu objetivo era na época dar fim aos conflitos internos do país e proteger os cristãos da região, que eram perseguidos pela maioria muçulmana do governo do norte do país. O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, foi recebido no Salão Oval por George W. Bush por diversas vezes e eles tinham um bom relacionamento.
Porém, assim que Obama assumiu o governo as relações entre os países esfriaram e os esforços dos EUA para viabilizarem o novo país cessaram. Desde então o Sudão do Sul vive destruído por guerras civis que começaram em 2013 e arruinaram a economia e as plantações. O mais impressionante é que o Sudão do Sul não é um país desértico, mas de solo fértil e produtivo em sua maior parte.
Refugiados da fome: famílias fogem do Sudão do Sul |
À crise de fome se segue uma fuga passiva do país. Segundo a ONU, centenas de milhares de pessoas fogem do Sudão do Sul. Somente em Uganda, já são quase 700 mil refugiados (leiam detalhes aqui).
Após 8 anos dos EUA governado por um político que usava sua ascendência africana como arma de marketing, o continente se encontra em uma crise gravíssima. Cenas que eram comuns nos anos 90 de crianças subnutridas à beira da morte em países como a Somália, agora se tornam novamente comuns no continente. Aliás, é de se ressaltar que a própria Somália foi novamente epicentro de epidemia de mortes por desnutrição nos anos Obama: entre 2011 e 2012, mais de 200 mil pessoas morreram por falta de alimentos (leiam aqui).
A declaracão do governo do Sudão do Sul obriga os organismos internacionais a intervirem. É de se esperar que o presidente Trump trate este problema como uma de suas prioridades nas relações externas.
21 de feverfeiro de 2017
reaçablog
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