"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 28 de junho de 2016

TESOUREIROS DO PT TÊM ENCONTRO MARCADO NO PRESÍDIO DE CURITIBA

Brasília - Se realmente Edinho Silva, ex-ministro da Comunicação Social, for preso, como se comenta em Brasília, este será o quarto tesoureiro do PT a entrar em cana. É a maior operação de combate a corrupção já ocorrida no Brasil com a prisão de ministros, políticos e empresários que assaltaram os cofres públicos em bilhões de reais. A última blitz da Polícia Federal arrastou também para a cadeia o ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann, que também responde à processo na operação Lava Jato.

O cerco se fecha em torno de Lula que continua negando todas as acusações de participação na organização criminosa. Mas a verdade é que não se pode negar que os tesoureiros petistas gozavam da intimidade do ex-presidente, responsável pela aproximação deles com os empresários e os políticos presos sob a acusação de dilapidar o patrimônio público. Um fato, porém, precisa ser investigado: o envolvimento dos presidentes do PT nas tramoias. Até agora, apenas o ex-deputado José Genoíno foi preso e condenado no mensalão. Falta apurar, portanto, a responsabilidade dos outros dirigentes da agremiação no recolhimento do dinheiro sujo para as campanhas. Nenhum tesoureiro tem autonomia para decidir sozinho uma questão de colegiado. Assim, os ex e o atual presidente têm responsabilidades nas decisões do partido.

Trancafiado há quase um ano, Vaccari Neto já mandou recado à cúpula que pretende fazer delação premiada. Sente-se abandonado pelos companheiros e não quer ter o mesmo destino de Marcos Valério, o empresário condenado a mais de 40 anos no mensalão. Vaccari vive isolado no presídio. Não recebe visitas dos companheiros de partido e nem auxílio para pagar os advogados. Aconselhado pela família, começa a escrever tudo que sabe do financiamento do caixa dois das campanhas de Lula e Dilma.

Quem já conversou com o ex-tesoureiro garante que a delação de Vaccari não vai deixar pedra sobre pedra. Ele pretende contar como eram financiadas as campanhas do PT e de onde vinha o dinheiro para eleger os companheiros. Se isso de fato ocorrer, o juiz Sérgio Moro terá nas mãos provas irrefutáveis da participação do Lula e da Dilma no desvio do dinheiro público para as eleições. Aí a coisa muda de vez.

Enquanto isso não ocorre, o Ministério Público não tem pressa. Guarda na cela o ex-ministro Paulo Bernardo para interrogá-lo sobre a operação dos empréstimos consignados que lesou milhares de aposentados. Parte do desvio dos mais de 100 milhões de reais chegava às campanhas petistas no país e tinha o ex-ministro como o articulador financeiro. Era ele quem decidia, junto à cúpula do partido, para onde seguia o dinheiro sujo para os candidatos.

Agora, sem poder se articular, depois que a Dilma foi impedida de governar, o PT ensaia mais uma tentativa de trazer de volta a presidente. A palavra de ordem é uma nova eleição presidencial. Para isso, a CUT – a central petista – promete mobilizar a militância para os movimentos de rua. Pretende, assim, destronar o Temer e tentar a sorte nas urnas para voltar a governar. Se a economia mostrar sinais claros de recuperação, dificilmente isso ocorrerá até porque o Senado não estaria propenso a mudar a Constituição para satisfazer Lula & Companhia.



28 de junho de 2016
Jorge Oliveira

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