"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 28 de junho de 2016

MARCOS VALÉRIO QUER DENUNCIAR FRAUDES NO BANCO RURAL QUE ENVOLVERAM TUCANOS


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Delação de Valério preocupa petistas e tucanos
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deve se posicionar nesta semana sobre o pedido do publicitário Marcos Valério para fazer um acordo de delação premiada. As revelações do operador dos esquemas que ficaram conhecidos como mensalão mineiro e mensalão petista podem comprometer, principalmente, o PSDB. Entre as novas informações que o publicitário estaria disposto a divulgar está um esquema de contratação de empréstimos fraudulentos no Banco Rural para bancar a compra de imóveis de dois importantes políticos tucanos mineiros.
Segundo a reportagem apurou, Valério guarda a sete chaves documentos originais que comprovariam operações fictícias que teriam bancado vantagens pessoais desses políticos. Além disso, ele teria provas do esquema que, em 1998, desviou verbas públicas para a campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB).
CONDENAÇÃO – Em dezembro passado, Azeredo foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Ele nega que os crimes e recorre em liberdade da decisão da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte.
Além de provas documentais, Marcos Valério estaria disposto a indicar testemunhas que também teriam informações a dar à Justiça. Procurado, o advogado Jean Robert Kobayashi Júnior, que representa o publicitário, não quis confirmar as informações.
A defesa se nega a comentar o teor de futuros depoimentos até que o acordo de delação esteja homologado.
VAI SE ESCANDALIZAR – Contudo, na semana passada, quando O Tempo mostrou com exclusividade que o empresário havia protocolado o pedido propondo o acordo de colaboração, Kobayashi disse que “a sociedade vai se escandalizar com o que o Marcos Valério tem a revelar”.
À época do julgamento do mensalão do PT, Valério tentou, sem sucesso, fazer uma delação. No início deste ano ele se mostrou disposto a contribuir com a força-tarefa da operação Lava Jato.
No último dia 21, Valério foi levado da prisão, onde cumpre pena de 37 anos, até a sede do Ministério Público. A conversa preliminar com os promotores de Defesa do Patrimônio Público se estendeu por quase três horas. Valério foi ouvido por três promotores e um integrante da Lava Jato em Curitiba, como mostrou O Tempo.
TEM PROVAS – Na ocasião, Valério mencionou algumas provas do que promete revelar. A defesa acredita que se o acordo de delação for homologado os depoimentos podem durar até cinco dias.
Após ser condenado no mensalão do PT, Marcos Valério é réu no esquema de desvio de recursos públicos para o caixa 2 da campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998. Em outra ação, o ex-senador e ex-vice-governador de Minas Clésio Andrade é processado. Na terceira ação penal, são sete réus, incluindo o próprio Marcos Valério, cujo interrogatório foi marcado para 1º de julho.
Além dele, são acusados Ramon Hollerbach Cardoso e Cristiano Paz, sócios nas agências de publicidade DNA e SMP&B; os diretores da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Comig, hoje Codemig) Renato Caporali Cordeiro e Lauro Wilson de Lima Filho e o ex-secretário adjunto de Comunicação Social Eduardo Pereira Guedes Neto.
Também é investigado o atual secretário de Estado da Fazenda, José Afonso Bicalho, cujo julgamento cabe ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por conta do foro privilegiado. Todos os acusados negam as irregularidades.

28 de junho de 2016
Tâmara Teixeira
O Tempo

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