Charge do Duke, reproduzida de O Tempo |
A dívida pública/PIB, (juros e amortização), será reduzida com crescimento econômico. O governo de Michel Temer (75 anos), do PMDB, e especialmente seu ministro da Fazenda Henrique Meirelles (70 anos), do PSD, sabem que o maior erro político/econômico da presidenta Dilma (68 anos), do PT, foi seu voluntarismo intervencionista, quase sempre sem ouvir os agentes econômicos, que criou uma instabilidade que desestimulou o investimento e a confiança, principais agentes do crescimento. O novo governo deverá, portanto, fazer “tudo ao contrário” para criar estabilidade e confiança. E assim o fará.
O ministro da Fazenda Meirelles sabe mais do que ninguém que primeiro é preciso sair rapidamente da recessão/desemprego, aumentando ainda mais o déficit/endividamento a curto prazo, para depois que estivermos crescendo sustentavelmente, via crescentes superávits primários, ir reduzindo a relação entre a dívida pública e o PIB.
JUROS ALTOS – Nossa taxa básica Selic é alta, sobretudo devido à inflação elevada, bem acima da meta de 4,5% ao ano. Hoje estamos com inflação de cerca de 9%, mas com viés de baixa.
Então, à medida que a inflação for baixando e a confiança voltando, a Selic também cairá bastante, talvez ao nível que “artificialmente” a presidenta Dilma levou em 2012, de inflação mais 2% ao ano, só que agora essa meta pode ser atingida de forma natural e sustentável.
E como sempre nos lembra o grande jornalista Pedro do Coutto, cada 1% de Selic a menos representa economia de cerca de R$ 35 bilhões/ano, o que equivale à arrecadação anual de uma CPMF.
GRANDE POTENCIAL – Nossa economia, jovem e subcapitalizada (renda per capita de US$ 10 mil) tem grande potencial de crescimento. No mínimo 1,5% de crescimento anual da força de trabalho, acrescido de 2% de produtividade, o que dá 3,5% ao ano, sem contar que estamos partindo “do fundo do poço”, e sem levar em conta os efeitos dos multiplicadores.
O potencial de talento e trabalho de nossos 205 milhões de habitantes é enorme, e no momento está tremendamente sub-utilizado. A partir do momento que se comece a se utilizar essa reserva, humana e de capacidade instalada, via investimentos, enfim teremos capacidade de ir gradativamente pagando juros/amortização para diminuir a relação entre a dívida pública e o PIB.
15 de junho de 2016
Flávio José Bortolotto
Nenhum comentário:
Postar um comentário