"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

DILMA, NUNCA MAIS...


Fotomontagem reproduzida do Arquivo Google


Mais uma vez, o Lula ameaça candidatar-se à presidência da República, em 2018. Não garantiu, mas admitiu apresentar-se. Para bom entendedor, é o que basta. Aliás, já bastava há muitos anos. Ninguém duvida de que, ao lançar Dilma Rousseff, no final de seu segundo mandato, o primeiro-companheiro não tinha outra alternativa. Reagiu à tentação do terceiro, que poderia ser criticado como golpe, apesar da facilidade com que seria aprovada a emenda constitucional respectiva. Foi do PT, bem como de D. Marisa, parte da reação que mandou o Lula temporariamente para casa. Apenas, naqueles idos, ninguém duvidava da eleição de Madame, apesar de todos concordarem em que após quatro anos da “gerentona” o antecessor voltaria. Ele mesmo fez jogo de cena, desde o primeiro dia de Dilma. Afirmou o direito dela disputar o segundo mandato. Era de brincadeirinha, mas ela acreditou e pegou o peão na unha. Sem jeito, o Lula engoliu, mas certo de que apenas protelaria seu retorno ao Planalto por quatro anos.

O diabo é que a sucessora meteu os pés pelas mãos. Deu pouca atenção ao Lula. A campanha eivada de mentiras a respeito do segundo mandato apenas revelou a falsidade do primeiro. Madame ganhou por curta margem de Aécio Neves e insistiu no festival inaugurado em homenagem ao Pinóquio.

Nem o PT resistiu, preferindo seus cardeais dedicar-se ao assalto à caverna do Ali Babá. Não demorou a perda de popularidade. Em queda livre, a presidente reeleita insistiu na tentativa de tapear seu segundo eleitorado, agindo como se a economia estivesse em ascensão, quando mergulhava para o fundo do poço.

Depois, foi o que se viu: rejeição ampla e irrestrita, culminando na ainda inconclusa novela do impeachment e na posse provisória do infeliz Michel Temer, que mal acaba de completar um mês no poder.

Como resultado, Dilma está fora. Só por milagre retornará à presidência, quando completados os nebulosos 180 dias. Por isso, o Lula tenta ressuscitar o terceiro mandato, mesmo sob o impacto da impopularidade da sucessora havê-lo golpeado na moleira. Mas é candidato, disposto a recuperar a aura que um dia o transformou em aplaudido ex-presidente. Pode ganhar? Pode. Tudo dependerá dos adversários que enfrentar, apesar do Exército Brancaleone parecer disposto a apoiá-lo.

Por tudo isso, haverá que aguardar o término da interinidade de Temer. Dilma, no entanto, nunca mais…


15 de junho de 2016
Carlos Chagas

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