"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 14 de maio de 2016

NO ÚLTIMO DISCURSO DE DILMA NO PLANALTO, LULA SE MOSTRA APÁTICO, AO LADO DELA




O ex-presidente Lula acompanhou o discusro feito por Dilma do lado de fora do Planalto UESLEI MARCELINO / REUTERS
Lula nem entrou no Palácio do Planalto, ficou esperando por Dilma do lado de fora

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava abatido. Quem esteve com ele às vésperas do afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República diz que nunca o viu tão chateado.
Nos últimos dias, Lula teve raiva, sentiu tristeza, brigou, chorou. Mas nesta quinta-feira (12) o ex-presidente parecia apático. Ao lado da sucessora e diante de uma plateia que gritava e chamava por seu nome, Lula não reagia. Durante o discurso de Dilma em frente ao Palácio do Planalto, poucas vezes bateu palmas, ficava com o olhar distante e, segundo aliados, parecia não estar ali. Durante sua chegada e saída, foram os momentos em o ex-presidente acenou ao público e cumprimentou alguns amigos e militantes petistas que o abordavam.
Pouco antes de entrar no carro e seguir para um almoço no Palácio da Alvorada junto com a sucessora, Lula despistou jornalistas numa frase que pareceu mais um desabafo: “Agora eu vou pra casa”.
Vestindo camisa social azul e blazer cinza, o ex-presidente fugiu do vermelho, cor do PT, que costumava adotar em atos simbólicos. Desta vez, foi conselho do próprio ex-presidente não fazer desta quinta-feira um dia com cara de “fim de governo” Dilma.
SEM DESCER A RAMPA
Lula aconselhou a sucessora a não descer a rampa do Palácio do Planalto, como ela pensava inicialmente em fazer. No lugar, disse, “saia pela porta da frente, no térreo, que estarei esperando você”.
Na terça-feira (10), quando chegou a Brasília, o ex-presidente jantou com Dilma no Palácio da Alvorada junto com o presidente do PT, Rui Falcão, Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo). Na quarta-feira (11), porém, quando o Senado votou o impeachment numa sessão de mais de vinte horas, Lula não quis acompanhar a votação pela TV ao lado de Dilma.
Assessores diziam que o resultado “era esperado” e que “não tinha motivo” de fazer daquilo “um evento”.
Naquele dia, Dilma se recolheu à área privada do Alvorada por volta das 22h. Dispensou assessores e alguns ministros que a acompanhavam para assistir à sessão. Queria descansar.

14 de maio de 2016
Marina Dias e Paulo Gama
Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário