"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 14 de maio de 2016

DEPUTADO CHAVE DE CADEIA

SUPLENTE DO MINISTRO DA SAÚDE NÃO PODE ASSUMIR NA CÂMARA: ESTÁ PRESO
SUPLENTE DE MINISTRO ESTÁ PRESO POR ESTUPRO E CÁRCERE PRIVADO


OSMAR BERTOLDI, O SUPLENTE QUE ESTÁ PRESO POR AGRESSÃO, ESTUPRO E CÁRCERE PRIVADO.


O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) assumiu o ministério da Saúde do governo Michel Temer nesta quinta-feira, 12, abrindo espaço para que um suplente o substitua na Câmara. Mas não é tão simples assim. O candidato mais votado da sua coligação, que possuiria prioridade para assumir o cargo, é o ex-deputado estadual Osmar Bertoldi (DEM-PR), preso desde fevereiro na cidade de Pinhais, no Paraná, acusado de agredir a ex-noiva. A defesa entrou com um mandado de segurança para que ele possa exercer a função.

Contra Bertoldi, pesam cinco acusações: violência doméstica, lesões corporais, constrangimento ilegal, trabalho escravo, ameaças por palavras e estupro. O processo segue em segredo de justiça. A tese da defesa é de que não houve uma agressão "exclusiva" dele, pois "ambos saíram machucados". A ex-noiva de Bertoldi, Tatiana Bittencourt, contudo, disse ter sido sido "encarcerada, alvo de socos e chutes, chamada dos piores termos imagináveis, sem acesso a ninguém, apenas pessoas da confiança de Bertoldi que a vigiavam".

Tatiana denunciou o ex-deputado ao Ministério Público do Paraná no final do ano passado, que aceitou e encaminhou o processo ao Tribunal de Justiça do Estado. Bertoldi foi preso pela Polícia Federal e pela Polícia Militar de Santa Catarina em fevereiro, na cidade de Balneário Camboriú, depois de ter sido considerado foragido e ter sido identificado por uma testemunha. A prisão preventiva do ex-parlamentar foi decretada em janeiro porque ele teria violado a Lei Maria da Penha ao tentar se aproximar de Tatiana.

Como primeiro suplente da chapa, Bertoldi já poderia ter assumido duas vezes, no caso da vaga do deputado federal Valdir Rossoni (PSDB-PR), que assumiu a Secretaria da Casa Civil do Paraná, e de Reinhold Stephanes (PSD-PR) que assumiu a Secretaria de Administração do Estado. Em seu lugar, ocuparam as vagas Paulo Martins (PSDB-PR) e Nelson Padovani (PSDB-PR). A defesa do paranaense entrou com um pedido de habeas corpus para que ele pudesse assumir as vagas, mas o pedido foi negado.

Seus advogados também entraram há cerca de um mês com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF). O caso foi sorteado para o ministro Luiz Fux, mas ainda não foi analisado. Caso seja aprovado, a defesa pleiteará que Bertoldi assuma a suplência da vaga de Ricardo Barros. A expectativa do advogado eleitoral de Bertoldi, Guilherme Gonçalves, é que o pedido seja analisado nos próximos dias. A defesa questiona que Bertoldi deveria ter sido notificado sobre a abertura das vagas, pois tinha direito "líquido e certo" sobre elas, mas ao invés disso o segundo suplente foi chamado diretamente.

Para Gonçalves, o ex-deputado também deveria ser notificado formalmente sobre a abertura da vaga de Barros. "O fato de ele ter a chance de tomar posse torna a questão dele mais relevante do que um mero direito individual", opinou. O advogado justifica a soltura do seu cliente dizendo que o seu cliente não apresentaria mais nenhum risco para a vítima, pois teria que se mudar para Brasília, ficando mais afastado. A Secretaria da Mesa da Câmara informou que, antes de comunicar a abertura da vaga, verificará se Bertoldi continua preso na próxima semana. Se ele estiver, será chamado o segundo suplente, Sérgio de Oliveira (DEM-PR). (AE)



14 de maio de 2016
diário do poder

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