O levantamento que o jornal Estado de S. Paulo vem fazendo no Congresso é altamente confiável e acertou em cheio a tendência da votação na Câmara. Os números do Estadão serviram de base para que o comentarista Wagner Pires conseguisse prever na Tribuna da Internet o resultado com absoluta exatidão , já que a margem de erro em seu cálculo era de apenas 0,1%, com 99,9% de acerto, conforme realmente ocorreu.
A pesquisa do Estadão tem este grau de exatidão, porque o jornal divulga em seu site e publica diariamente as intenções declaradas de voto dos parlamentares em relação à abertura de processo por crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff. Mostra o posicionamento de cada parlamentar, exibindo sua foto.
Agora, as atenções se voltam para o placar referente à próxima votação no Senado. Num universo de 81 votos, faltam ser declarados apenas 15. O detalhe mais importante é que o placar está aberto a mudanças. Caso o senador mude seu posicionamento, pode fazê-lo com a maior facilidade, bastando enviar um e-mail para o Estadão. Simples assim.
CONFIABILIDADE
Este tipo de levantamento praticamente não tem margem de erro, porque não se trata de uma pesquisa como as que se feitas em eleições normais, com alta margem de erro e sempre sujeitas a manipulações. Como o universo dos votos é muito limitado (no caso do Senado, são apenas 81 votos), pode-se dizer que não se trata de pesquisa eleitoral, mas de uma contagem antecipada dos votos.
O Globo diz que já existem 50 votos a favor do impeachment. Mas vamos ficar com o levantamento do Estado, que dá o seguinte placar: 46 a 20 no Senado, com 15 indecisos ou que não revelam o voto. Numa hora dessas, demonstrar indecisão geralmente é sinal de que o parlamentar está disposto a negociar o voto. Como o Estadão publica diariamente os nomes e as fotos de todos os senadores, esses indecisos recebem milhares de e-mails desaforados, é um suplício.
CONHEÇA OS INDECISOS
Na listagem do Estadão, continuam indecisos Edison Lobão (PMDB-MA), Hélio José (PMDB-DF), Raimundo Lira (PMDB-PB), Wellington Fagundes (PR-MT) e Benedito Lira (PP-AL). E não quiseram revelar os votos Eunício Oliveira (PMDB-CE), Jader Barbalho (PMDB-PA), Renan Calheiros (PMDB-AL), Sandra Braga (PMDB-AM), Acir Gurcaz (PDT-RO), Elmano Ferrer (PTB-PI), Fernando Collor (PTC-AL), Otto Alencar (PSD-BA), Roberto Rocha (PSB-MA) e Walter Pinheiro (ex-PT-BA).
Entre todos eles, a situação pior é a de Fernando Collor, que está tendo o constrangimento de participar de um processo que lhe faz recordar o maior fracasso de sua vida. O mais jovem presidente que o país teve foi uma decepção. Agora, 24 anos depois, a primeira mulher a ocupar a Presidência conseguiu ser pior do que Collor.
19 de abril de 2016
Carlos Newton
Nenhum comentário:
Postar um comentário