"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 19 de abril de 2016

ARMÍNIO FRAGA DIZ A TEMER QUE TESOURO "ESTÁ QUEBRADO"


O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga traçou um quadro dramático da economia brasileira para o vice-presidente da República, Michel Temer, em jantar ontem à noite, do qual participou o senador tucano Aécio Neves. Armínio é o nome favorito de Temer para o Ministério da Fazenda, caso o Senado aprove o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O ex-BC recusou o convite, mas se colocou a disposição do peemedebista para ajudá-lo, sobretudo para abrir portas no mercado internacional.

Na avaliação de Armínio, o Tesouro Nacional “está quebrado”, assim como a maior parte dos estados. Ele orientou Temer a abrir os olhos em relação aos bancos públicos, em especial em relação à Caixa Econômica Federal, cuja situação “é mais do que preocupante”. Para o ex-presidente do BC, Temer também terá que dedicar atenção especial à Petrobras, cuja situação “é delicadíssima”.

Armínio está ajudando Temer a compor a equipe econômica de seu eventual governo. Para a Fazenda, ele está indicando Murilo Portugal, hoje presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban,) e Henrique Meirelles, do grupo JBS e ex-presidente do BC. Para o comando da autoridade monetária, os novos sugeridos são os de Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, de Luiz Fernando Figueiredo, da Mauá Sekular, ambos ex-diretores do BC na gestão de Armínio, além de Mário Mesquita, muito ligado a Meirelles, do qual foi subordinado, hoje sócio do Banco Brasil Plural.

Na visão do ex-presidente do BC, se realmente assumir a Presidência da República, Temer terá que dar um choque de credibilidade, anunciando um governo austero, responsável fiscalmente e comprometido com a estabilidade financeira. Se não fizer isso, estará fadado a repetir o fracasso da gestão de Dilma, que resultou na maior recessão da história do país. Em dois anos, o Produto Interno Bruto (PIB) poderá cair mais de 8%.



19 de abril de 2016
Vicente Nunes Brasília

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