"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O IMPEACHMENT DE DILMA CAMINHA PARA SE TORNAR REALIDADE

O comentarista Néllio Jacob, que é mestre em exercitar o poder da síntese, conseguiu dar uma lição a grande número de analistas e cientistas políticos que ainda não conseguiram se situar em relação à gravíssima crise que o país atravessa. Em poucas palavras, Jacob deu um recado que não pode sofrer contestação:

“Quando um paciente tem duas doenças, os médicos dão atenção primeiro à mais grave. No caso de Dilma e Eduardo Cunha, qual dos dois é mais prejudicial ao país? O que for considerado mais nocivo ao Brasil deve ser o primeiro a ser atacado e condenado. Enquanto o processo contra Cunha não definir se ele é culpado ou não, continuará sendo presidente da Câmara. Da mesma forma, a senhora Dilma continuará a ser presidente enquanto não for considerada culpada e sofrer o impeachment. Se Eduardo Cunha não é digno de presidir a Câmara dos Deputados, em contrapartida, Dilma Rousseff também não é digna de presidir a nação. É uma briga entre o roto e a esfarrapada, mas por bom senso deve-se prestar atenção no ditado que diz: dos males o menor”.

Não há dúvida de que Eduardo Cunha é um crápula, esta conceituação é consensual. Mas o fato mais importante é que Dilma Rousseff não sabe governar e está levando o país a um abismo absoluto e não aparece um assessor com o mínimo de inteligência para lhe dizer: “É a economia, estúpida!”.
Aguentar mais três anos de Dilma significa uma punição que os brasileiros, decididamente, não merecem. Tudo o que ela faz dá errado. Pegou o país com o PIB em alta, subindo 7,5% em 2010, e quatro anos depois vai encarar uma queda de 4,5%, o que significa que já ela derrubou a economia em exatos 12%.

Ia entrar na História como a primeira mulher a presidir o Brasil, mas vai ficar conhecida como a governante (ou governanta, se usarmos seus critérios linguísticos) que fez a pior administração de todos os tempos. Como se dizia antigamente, não é para qualquer um, não.
A votação secreta para definir a Comissão Especial do Impeachment não dá margem a dúvidas. Dos 513 deputados, 272 se mostraram claramente a favor de afastá-la do governo e 199 se manifestaram a favor do governo de Dilma Rousseff.

Acontece que esta votação foi secreta. Muitos deputados que mamam nas tetas do governo puderam se manifestar com total segurança. Foram 199, repita-se, e ela só precisa de 171 no total de 512, porque o presidente da Câmara não tem direito a voto. Ou seja, aparentemente, Dilma teve 28 votos a mais, estaria com o mandato garantido.

Mas o cálculo não pode ser feito assim tão prosaicamente. A votação do impeachment é aberta. Cada deputado terá de se apresentar ao microfone do plenário e proclamar seu voto, como aconteceu no impeachment de Collor, que na última hora perdeu votos que considerava absolutamente certos.
Já dissemos aqui na Tribuna da Internet que o tempo conspira contra Dilma, porque a cada dia surgem novas revelações sobre corrupção na Petrobras e em outras estatais. Como se viu esta quarta-feira, as investigações chegam cada vez mais perto da família Lula da Silva e de pessoas diretamente ligadas a Dilma Rousseff, como o executivo Valter Cardeal, diretor da Eletrobras, que está envolvido em falcatruas. É um nunca-acabar de escândalos e o senador Delcídio Amaral decidiu fazer delação premiada.

A votação da Comissão Especial, com 199 votos a favor do governo, mostra que Dilma hoje até conseguiria escapar do impeachment, mas acontece que ela está em viés de baixa, vai perdendo apoio com o passar do tempo.

Esta quarta-feira, discursando em Rondônia, a presidente mostrava o desgaste que vem sofrendo. Por baixo da pesada maquiagem, as olheiras escuras e o abatimento eram perceptíveis. Parecia uma mulher à beira de um ataque de nervos. 

E foi nessa condição que ela pegou o Aerolula e voltou a Brasília, para se encontrar com o vice Michel Temer e fazer a derradeira tentativa de convencê-lo a se posicionar contra o impeachment. 
É claro que não foi bem sucedida. Temer já mandou fazer o terno da posse e está escolhendo os principais nomes de seu ministério.


10 de dezembro de 2015
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário