Um novo pedido de impeachment deve ser protocolado nesta quarta (9) na Câmara dos Deputados. Ao contrário da petição a ser apreciada agora por comissão da Casa, baseada nas chamadas pedaladas fiscais do governo, o novo documento deve provocar mais risos que bate-bocas entre os congressistas. Isso porque ele se baseia no que seriam, segundo seus redatores, “pedaladas mentais” da presidente, previstas, segundo a argumentação, na lei do impeachment.
“Causa riso e desgosto. A Lei 1.079/50, que regula o impeachment, tem no capítulo 5º, artigo 9º, inciso 7 o seguinte: proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”, explica Carla Zambelli, do grupo Nas Ruas, um dos signatários do documento.
Zambelli cita como “pedaladas mentais” o discurso da presidente nas Nações Unidas sobre a inexistência de tecnologias para “estocar vento” e a fala em que Dilma trata da comunhão do milho com a mandioca para depois saudar a raiz típica brasileira.
Há ainda menções à metáfora que Dilma declarou ter usado em conversa com o presidente dos EUA, Barack Obama, sobre a pasta de dente não retornar ao dentifrício depois de apertado, e à referência a “mulheres sapiens”.
UM CACHORRO ATRÁS
Completa a lista de “pedaladas mentais” a declaração dada no Dia da Criança em que a presidente parabeniza os pequenos brasileiros dizendo: “Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás” (sic).
“É isso o que você espera de uma presidente?”, questiona a militante. O documento alega que tais “fatos notórios e de domínio público” são objeto de deboche da população, comprometendo a sociedade brasileira, a economia, a política e as instituições.
Entre os movimentos representados por Zambelli no pedido estão Nas Ruas, Acorda Brasil, Movimento Pró Brasil e Comando Nacional dos Transportes. “Queremos mostrar que motivos não faltam para que se realize o impeachment da presidente”, diz Zambelli.
Ela assina como apoiadora – ao lado de Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre, e Rogério Chequer, do Vem Pra Rua – o pedido atualmente em trâmite na Câmara, escrito por Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal.
“Preferimos que ela seja afastada pelas pedaladas fiscais e não pelas mentais, algo vergonhoso”, diz.
10 de dezembro de 2015
Fernanda Mena
Folha
Um novo pedido de impeachment deve ser protocolado nesta quarta (9) na Câmara dos Deputados. Ao contrário da petição a ser apreciada agora por comissão da Casa, baseada nas chamadas pedaladas fiscais do governo, o novo documento deve provocar mais risos que bate-bocas entre os congressistas. Isso porque ele se baseia no que seriam, segundo seus redatores, “pedaladas mentais” da presidente, previstas, segundo a argumentação, na lei do impeachment.
“Causa riso e desgosto. A Lei 1.079/50, que regula o impeachment, tem no capítulo 5º, artigo 9º, inciso 7 o seguinte: proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”, explica Carla Zambelli, do grupo Nas Ruas, um dos signatários do documento.
Zambelli cita como “pedaladas mentais” o discurso da presidente nas Nações Unidas sobre a inexistência de tecnologias para “estocar vento” e a fala em que Dilma trata da comunhão do milho com a mandioca para depois saudar a raiz típica brasileira.
Há ainda menções à metáfora que Dilma declarou ter usado em conversa com o presidente dos EUA, Barack Obama, sobre a pasta de dente não retornar ao dentifrício depois de apertado, e à referência a “mulheres sapiens”.
UM CACHORRO ATRÁS
Completa a lista de “pedaladas mentais” a declaração dada no Dia da Criança em que a presidente parabeniza os pequenos brasileiros dizendo: “Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás” (sic).
“É isso o que você espera de uma presidente?”, questiona a militante. O documento alega que tais “fatos notórios e de domínio público” são objeto de deboche da população, comprometendo a sociedade brasileira, a economia, a política e as instituições.
Entre os movimentos representados por Zambelli no pedido estão Nas Ruas, Acorda Brasil, Movimento Pró Brasil e Comando Nacional dos Transportes. “Queremos mostrar que motivos não faltam para que se realize o impeachment da presidente”, diz Zambelli.
Ela assina como apoiadora – ao lado de Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre, e Rogério Chequer, do Vem Pra Rua – o pedido atualmente em trâmite na Câmara, escrito por Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal.
“Preferimos que ela seja afastada pelas pedaladas fiscais e não pelas mentais, algo vergonhoso”, diz.
Fernanda Mena
Folha
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